sábado, 13 de dezembro de 2008

Estado do Tapajós: votação do projeto fica para 2009


Os membros do Movimento pelo Plebiscito e Criação do Estado do Tapajós que estiveram em Brasília na semana passada, voltaram a Santarém com a certeza de que a matéria não será mais votada este ano. Mais uma vez o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT) recebeu uma comissão de membros do Movimento e a exemplo do que havia feito no encontro de 2007, voltou a dar esperanças sobre a inclusão do projeto 731/2000 na pauta de votação, porém, deixou claro que isso só deve acontecer em 2009, pois nesta reta final de ano, a Câmara está com suas atenções voltadas para os projetos considerados de urgência enviados pelo Executivo.
Ainda no início de 2009 será enviada uma comissão a Brasília, a fim de reunir com o novo presidente da Câmara dos Deputados, bem como com os líderes de partidos. Até lá, segundo membros da comissão, as principais lideranças do Movimento vão buscar apoio junto aos prefeitos e vereadores da região, especialmente entre os que compõem a Associação dos Municípios da Transamazônica e Santarém-Cuiabá (Amut), haja vista, que essa entidade congrega a maioria dos municípios que fazem parte do futuro Estado do Tapajós.
Ainda no primeiro semestre de 2009 deve ficar pronto o documentário sobre os 25 municípios que formarão o Estado do Tapajós. O alvo da produção é a cultura popular, a biodiversidade e as principais riquezas naturais de cada município.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Oeste Paraense, Frustração e Emigração





Manuel Dutra (*)
Quem vive em Belém, desconectado das realidades dos demais municípios do Estado, com freqüência não compreende certas reações provindas do interior. Entre elas, a velha aspiração pela autonomia política, fenômeno que tem causas históricas e contemporâneas. Entre essas causas estão antigas mentiras geradoras de frustrações e sentimento de abandono nessa “África esquecida pelo Brasil”, como publicou há algum tempo um jornal português, referindo-se a Santarém, pólo do Oeste.
Uma mentira de um século e meio, por exemplo, é a Santarém-Cuiabá, somente mais velha do que a idéia do Estado do Baixo Amazonas ou do Tapajós. Nos últimos 30 anos todos os presidente e candidatos a presidente, de Figueiredo a Lula, prometeram concluir a estrada, que só não é asfaltada em território paraense. Tão velhas, continuam como mentiras atuais e atualizadas ao gosto dos demagogos de ontem e de hoje, que vão inventando conversas ao sabor do tempo.
Quais as de hoje?
O terminal fluvial de passageiros (prefeitos e mais prefeitos prometem), tão necessário, muito mais necessário do que aquela estação rodoviária que o falecido deputado federal Ubaldo Correa chamou apropriadamente de buraco-de-tatu.
Fibra ótica para dar pressa à internet, melhor chamada em Santarém Rede Mundial da Espera. Energia “farta e barata”, como imaginou Sylvio Braga, sonhador primeiro da usina de Curuá-Una hoje acoplada a Tucuruí e assim mesmo deixando a cidade em freqüente escuridão.
Construção de uma nova estação de passageiros do aeroporto (o maestro Isoca Fonseca mereceria homenagem melhor do que essa estação vigente). Reasfaltamento da viela que leva a Alter do Chão? Bem, nova mentirinha: Santarém ganhará moderno sistema de sinais de trânsito e ruas decentes ao contrário das atuais (uma vergonha brutal e brutalizante!) Ah! O Viaduto construído no cruzamento das Avenidas Cuiabá e Fernando Guilhon, para que serve? Mentira de concreto… Quantas mais?
De tanta frustração, a população da banda Oeste do Pará vai se mudando para Manaus, cidade referência para esta região. No Amazonas o governador é paraense, deputados e vereadores paraenses não são novidade. Nos hospitais, há enfermeiras paraenses em quase todos. E cresce a discriminação contra os paraenses, que os amazonenses distinguem claramente entre “paraenses” do Oeste e paraenses da região de Belém. Contra estes, não se faz discriminação.
Conterrâneos de Santarém, Óbidos, Juruti, Monte Alegre, Alenquer e outros municípios do velho Baixo Amazonas vão emigrando em busca do que não encontram em seu Estado natal: emprego. Lá encontram emprego, mas também a discriminação, que é muito mais grave do que dizem algumas poucas notícias que raramente aparecem aqui fora.
Por exemplo, uma das piadas correntes em Manaus diz que, quando a TV passa jogo Remo X Paysandu, os vizinhos da penitenciária não dormem com os gritos da torcida paraense que lota a cadeia. E isso extrapola o ambiente comum das ruas para chegar à universidade, onde mesmo professores chegam a discriminar abertamente.
Se Manaus não é um paraíso, com certeza algo melhor existe lá para atrair migrantes justamente da região paraense vítima de inúmeras e históricas mentiras.

Postado em http://www.jesocarneiro.com/, em 07/122088

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Instituições de ensino discutem o plebiscito do Estado do Tapajós

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O Coordenador do Movimento pelo Plebiscito do Novo Estado Sustentável, Edivaldo Bernardo, informou que diariamente recebe estudantes e professores das redes pública e privada, dos ensinos médio e superior, em busca de informações sobre o projeto de redivisão territorial do Pará.

O visitantes estão interessados em saber mais sobre o Estado do Tapajós. Nas escolas e nas universidades de Santarém, alunos e professores debatem, fazem trabalhos escolares e acadêmicos sobre o reordenamento político do Oeste do Pará, com a finalidade de aprofundar as discussões sobre o tema.

Nos últimos quinze dias, doze instituições de ensino receberam materiais e informações complementares sobre a criação de novos estados na Amazônia. Todos estão interessados em saber quais os pontos positivos e os pontos negativos que cem com a criação de novas unidades federativas.

Segundo Edivaldo Barnardo, a participação das escolas deve-se ao trabalho feito nos últimos quatro anos através de palestras, seminários e outros eventos de apelo pela participação dos estabelecimentos de ensino, no sentido de participarem de forma mais intensa dos debates sobre a temática.

Por: Movimento do Novo Estado


Publicado no site www.estadodotapajos.com.br em 20/11/2008



Lançado site do Estado do Tapajós



Mesa coodenadora dos trabalhos

Por Milton Corrêa

Em solenidade realizada na manhã desta quinta – feira, 20, no Plenário Benedito Magalhães, da Câmara Municipal de Santarém, foi lançado o site www.estadotapajos.com.br , a mais nova ferramenta do Movimento pela criação do Novo Estado, operacionalizada pela empresa W3MAIS.

Na mesa dos trabalhos o professor Edivaldo Bernardo, coordenador do Movimento pela criação do Novo Estado; a vereadora Beth Lima, representando o presidente da Câmara José Maria Tapajós; vereador Erasmo Maia; Secretário de Turismo do Município Arnoldo Andrade, que no ato representou a prefeita Maria do Carmo; economista José de Lima Pereira, assessor técnico do Movimento, Júnior Tapajós, diretor da empresa W3MAIS e Armando Gama, publicitário. Na platéia, autoridades municipais, lideranças comunitárias e sindicais.

Os integrantes a mesa ao se pronunciarem, foram unânimes em apoiar a iniciativa de criação do site, louvaram os políticos a nível nacional e estadual que apóiam a criação da nova unidade da federação e teceram críticas aos que são contra a nossa autonomia política administrativa.

O publicitário Frederic Silveira, gerente de projetos da W3MAIS, esclareceu detalhes de funcionamento do site www.estadotapajos.com.br

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Dividir para progredir!

Sexta-feira, 12 de Setembro de 2008

SÓ A LIBERDADE DE PENSAMENTO E A CONSEQUENTE INDEPENDÊNCIA DE AÇÕES LOCAIS PODERÃO PROMOVER O DESENVOLVIMENTO HUMANO E SOCIAL DE UM POVO

Dividir Para Progredir é o lema das populações excluídas.
É humanamente impossível para qualquer governante administrar, com igualdade, um estado tão imenso territorialmente como o Pará. As conseqüências serão sempre as mesmas: privilégios para a capital e seus arredores, em detrimento das regiões mais distantes como esta. Constituída pelos Municípios de Terra Santa, Faro, Oriximiná, Óbidos, Curuá, Alenquer, Monte Alegre, Prainha, Almeirim e Juruti, esta, região com clima, solo, cultura, costumes e problemas comuns, padece com o isolamento administrativo e o ostracismo político. A sua transformação em Território Federal será a sua redenção, pois, haverá mais facilidade para se ter acesso a recursos financeiros, sob todos os aspectos, bastando para isto, sabermos ouvir os anseios da sociedade e transformá-los em projetos consistentes, bem elaborados tecnicamente e conhecer o caminho das pedras para buscar patrocínio que não falta, tanto no Brasil como no exterior.Para que tudo isto possa acontecer com sucesso, sem muita delonga, é preciso em primeiro lugar, que esta idéia seja amplamente discutida nas escolas, associações, sindicatos, nos bares, nas esquinas e em todos os lugares de cada um destes municípios. Convidamos, portanto, os professores, estudantes, profissionais liberais, comerciantes, industriais, trabalhadores em geral, aposentados e todos os homens e mulheres para que sejam agentes desta mudança. Lembre-se que quem não se manifesta para dizer o que quer, terá que aceitar obrigatoriamente o que lhe dão. Como nada cai do céu, vamos começar a construir um futuro melhor para nossos filhos e netos tomando atitudes. E o objetivo desta comunidade é o de provocar discussões e opiniões favoráveis ou contra. Enquanto isso, já estamos trabalhando na construção de um esboço de um Projeto de Desenvolvimento Sustentável para a região, o qual será discutido, desdobrado e adaptado a cada realidade local. Deixe o seu recado, seja qual for a sua opinião. Precisamos conhecê-la. Localização dos municípios no mapa:
01- Terra Santa
02- Faro
03- Oriximiná
04- Óbidos
05- Curuá
06- Alenquer
07- Monte Alegre
08- Prainha
09- Almeirim
10- Juruti

Colaboração do site www.dividirparaprogredir2.blogspot.com

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Giovanni Queiroz defende a revisão territorial do Pará



Imagem vazia padrãoO sul do Pará poderia se transformar em um grande e desenvolvido estado brasileiro

O deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA) defendeu a revisão geopolítica do Pará, com a destinação dos mais de um milhão de quilômetros quadrados que correspondem a 26% da Amazônia Legal para a criação dos estados de Carajás (fatiando a parte sul e sudeste do território) e do Tapajós (na parte oeste e sudoeste). Na avaliação do deputado, a divisão trará inúmeras vantagens para o estado, como ocorreu com Goiás, quando foi criado o Tocantins. "Com a divisão e a criação do estado do Tocantins, o território goiano deu um salto de qualidade no seu crescimento econômico e social", ressaltou. Ele lembrou ainda que, com a iniciativa, foram resgatadas dívidas sociais de muitos anos debitadas naquela região por uma concentração de investimentos mais ao sul do estado. "Tocantins é hoje um modelo efetivo de desenvolvimento para todo o Brasil", destacou.
O sul do Pará, disse Queiroz, com seu solo rico em minerais, clima ameno e pecuária forte e consolidada se transformaria em um grande e desenvolvido estado brasileiro. Ele afirmou que a redivisão é uma estratégia nacional de desenvolvimento e segurança e ressaltou como ponto positivo a presença efetiva de um governo na região para a consolidação de políticas públicas em infra-estrutura de transportes, energia elétrica, comunicação, saúde e educa&c cedil;ão. Na opinião do parlamentar, a divisão poderá, ainda, trazer desenvolvimento para regiões hoje isoladas em razão da grande distância.
Saúde - Giovanni Queiroz informou que esteve em 72 municípios paraenses durante a campanha eleitoral visitando as comunidades da região, onde disse ter constatado completa falta de assistência social. "Não há médicos e enfermeiros para atender as necessidades básicas da população que vive no interior", afirmou, alertando que essa situação não pode continuar. Um País tão rico, disse, não pode conviver com essa "desgraça" vivida por milhares de brasileiros no interior da Amazônia. Queiroz alertou ainda para a falta de moradia, saneamento básico e educação na região. Para exemplificar a real situação em que se encontram os municípios do Pará, ele informou que Marabá, a principal cidade do eixo sul-sudeste do estado, possui apenas 16 mil residências com água encanada. Ainda segundo o deputado, 30% dos alunos de Marabá que terminam o ensino fundamental não conseguem vaga no ensino médio. "A terceira cidade mais importante do Pará não dispõe de vagas para o ensino médio. Isso é crime", definiu.

sábado, 17 de maio de 2008

Movimento separatista lançará caderno especial


Na segunda-feira, 19, o coordenador do Movimento pelo Plebiscito e Criação do Novo Estado (leia-se Tapajós), Edvaldo Bernardo, concederá entrevista coletiva na Câmara Municipal de Santarém.
Vai falar basicamente de dois tema:
1º - O lançamento de um caderno especial, intitulado “Estado do Tapajós- Um sonho possível”, para marcar o início de uma ampla campanha de divulgação do projeto de plebiscito em todo o Pará, e
2º - Fará um resumo da recente audiência, em Brasília, com o ministro das Relações Institucionais da Presidência da República, José Múcio Monteiro, e com o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia.

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vinculado no blog http://www.jesocarneiro.com.br/, em 17/05/2008

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Plebiscito Já!











Plebiscito do Estado do Tapajós

O deputado estadual Alexandre Von (PSDB-PA) participou, na companhia do deputado federal Lira Maia (DEM-PA), de representantes da Câmara Municipal de Santarém e de membros do Movimento Pró-criação do Estado do Tapajós, de audiências com o presidente da Câmara Federal, deputado Arlindo Chinaglia, e com o ministro das Relações Institucionais, deputado José Múcio, para novamente defender a importância da apreciação pela Câmara Federal do projeto que autoriza o plebiscito para a criação do Estado do Tapajós. O projeto, que já foi aprovado pelo Senado Federal e recebeu parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, depende apenas de aprovação do plenário da Câmara, em turno único, para que o plebiscito seja autorizado e a nossa população ganhe o direito de decidir sobre o seu futuro, através da criação do Estado do Tapajós. Os membros do Movimento Pró-criação do Estado do Tapajós também aproveitaram para reunir com os diversos líderes partidários em busca de apoio para a aprovação dessa importante matéria legislativa.

Os parlamentares do Oeste do Pará, bem como os representantes de entidades comunitárias presentes, saíram das audiências confiantes que, após mais de seis meses com a pauta trancada por Medidas Provisórias, o projeto do Plebiscito do Tapajós pode ser pautado e apreciado pela Câmara Federal ainda neste semestre.

Plebiscito Já! Comissão Visita Líderes Partidários

COMISSÃO DO ESTADO DO TAPAJÓS VISITA TODOS OS
LÍDERES PARTIDÁRIOS NA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Audiência com Reunião com Presidente Arlindo Chinaglia
Com a desobstrução da pauta de votações da Câmara dos Deputados, o Movimento Pelo Plebiscito e pela Criação do Estado do Tapajós esteve esta semana em Brasília visitando todos os Líderes partidários, com a intenção de conseguir apoio para inclusão na pauta e conseqüente votação do Projeto que autoriza a realização do Plebiscito.
Durante as visitas, diversos Líderes se manifestaram a favor da inclusão do projeto na pauta de votações e se comprometeram em discutir o mérito quando da votação em Plenário.
Na oportunidade, O Deputado Lira Maia, agendou Audiência com o Presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia e com o Ministro Chefe de Relações Institucionais da Presidência da República, Ministro José Múcio Monteiro.
O Presidente Arlindo Chinaglia informou ao Deputado Lira Maia e à Comitiva do Movimento que, nesta semana e na semana seguinte, serão incluídos na pauta os projetos de interesse nacional e que na hora da inclusão dos projetos de interesse regional, a proposta de realização do plebiscito para criação do Estado do Tapajós, será incluída numa pré-agenda para discussão no Colégio de Líderes.

Audiência com o Ministro José Múcio Monteiro
Na Audiência com o Ministro José Múcio Monteiro, o Deputado Lira Maia e os membros do Movimento, levaram a preocupação e o anseio da população da Região e pediram ao Ministro para apoiar a inclusão do projeto na pauta de votações.
Para Lira Maia, os encontros realizados foram de vital importância para o Movimento, tendo em vista a ótima receptividade que envolve a questão junto aos Líderes Partidários.
O Parlamentar ressaltou ainda a importância do trabalho do Movimento que segundo ele, "é fundamental para o convencimento dos Deputados, principalmente, quando da montagem da pauta com assuntos regionais e, seguramente, quando da votação da proposta em plenário".
"Sem dúvida alguma, a indicação do projeto para a pauta de votações da Câmara dos Deputados é uma realidade que tem boa chance de concretizar. Vivemos um momento histórico para o Estado do Tapajós e a inclusão na pauta de votações é o primeiro passo para a realização deste sonho que pede se tornar uma realidade para nossa população. Na condição de Vide-Líder do democratas na Câmara dos Deputados, estarei monitorando todos os procedimentos visando a inclusão do Projeto do Tapajós na Pauta de votações em Plenário ", concluiu Lira Maia.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Empresário e cronista obidense Miguel Canto, volta a nos brindar com outro excelente artigo.!



O GRITO DE ALERTA

Da varanda de minha casa todos os dias ao amanhecer vejo um espetáculo diferente. São centenas de crianças e adolescentes que devidamente fardados, hora enfileiradas hora aglomeradas, caminham apressadas em direção a um só destino. O colégio que se localiza há alguns quarteirões abaixo na mesma rua. Esta é uma rotina gostosa que me transporta em pensamentos aos campos verdes de nossas várzeas nas áreas pantanosas onde se formam os lagos. É lá que se vê também todas as manhãs os bandos de pássaros em revoada, abandonando o dormitório e seguindo em direção ao abrigo dos peixes para providenciar alimentação para seus filhotes. Faço então uma comparação: As meninas que vejo, são as garcinhas, os meninos são os biguás. Conversando, gesticulando e balançando a cabeça para todos os lados enquanto caminham, aceleram a secagem do cabelo que ainda está molhado, por conseqüência do banho matinal que geralmente se toma antes de se dirigir ao colégio.

No desenrolar dessa rotina, sou “acordado” e uma exclamação aflora em meus pensamentos. Quanta gente para alimentar! Estimulado então pelo espírito Patriótico, fico analisando o problema e procurando encontrar maneiras apropriadas para expor minhas idéias mesmo considerando que para isso tenho que divergir de pensamentos causando constrangimento entre as pessoas menos preparadas para aceitar que somos livres e essa liberdade nos dá o direito de expressar nossas preocupações para com o futuro das gerações que nos sucederão no decorrer da vida. Assim sendo, resolvo ir à luta para extravasar minhas opiniões, consciente de que, pelas suas insignificâncias, talvez elas nada representem.

Em um livro que tive o prazer de editar contando um pouco de minha estória, isto já há uns 10 anos atrás, declaro em certo trecho: sou adepto das atividades agrícolas e da pecuária por entender que as duas são tão importantes que deviam ter no Governo, prioridade absoluta por serem responsáveis pela alimentação e conseqüente sobrevivência de toda a humanidade. Hoje, com uma mistura de orgulho por ter falado sobre o óbvio e com certa preocupação por ver a imprensa nacional e internacional discorrer sobre esse problema com tanto ênfase, noto que o Governo que devia incentivar a produção de alimentos através das fontes aqui referidas, não se importa e ainda procura fórmulas mirabolantes para equacionar o problema, inclusive com a idéia fixa de tornar a nossa Amazônia, em uma região intocável.

Até que concordo que a Amazônia por ser na verdade o pulmão do mundo tem que ser a ferro e a fogo preservada. Dessa convicção eu não abro mão. Porém, entre preservar a ser intocável existe uma grande diferença. Se prevalecer esse critério, quem na verdade irá alimentar a grande parcela da população brasileira que vive neste território inclusive meus estudantes que hoje são centenas e que amanhã serão milhares e que tanto gosto de ver? Será que o Governo ainda não atentou para a gravidade desse problema? Ou será que está imaginando que a compra de votos institucional com o objetivo de perpetuar o seu mandato através dos programas populistas que incentivam a proliferação seja a solução mais viável para ajudar na alimentação dessa gente.

Alerta políticos de minha região. Uma vigilância maior impõe certa urgência para que nossos filhos e nossos netos não venham sofrer as conseqüências de uma ambição desmesurada pelo poder.

É preciso também descobrir se por trás do excesso de zelo para com as comunidades indígenas que estão tomando conta de todas as nossas fronteiras com reservas babilônicas, não existem outros interesses diferentes da preservação de nossas florestas. Os últimos capítulos do episódio desencontrado entre o Governo e o Comandante Militar da Amazônia ao discordar da retirada dos colonos da reserva Raposa Serra do Sol, deixam claro que aquele comportamento não era de uma posição particular do comandante, mas sim uma maneira de transmitir ao Governo uma mensagem de insatisfação das forças armadas pelas atitudes isoladas do Governo, colocando segundo ele, em risco a segurança de nossas fronteiras e conseqüentemente a Soberania Nacional. É, portanto, de se considerar as informações que tive de que na medida em que essas demarcações de reservas contínuas uma vez efetivadas poderão mais tarde ser transformadas em Nações Indígenas que em tempo breve ainda poderão reclamar sua autodeterminação em Estados Indígenas, idênticos aos outros Estados já existentes, inclusive fazendo parte integrante da República Federativa do Brasil com representação no Congresso Nacional.

E isso tudo, faz parte de um programa do Governo que tem a intenção de agraciar comunidades indígenas com grande parcela de todas nossas riquezas naturais e minerais e ainda autorizar a retirada de lá, de nossos colonos para que os índios que de primitivo só tem o nome, pois estão devidamente aculturados, possam desfrutar com mais freqüência dos paparicos do Governo, ou das reuniões com empresários para discutir a venda dos produtos das reservas, do que permanecer na aldeia pescando e caçando como seus ancestrais.

Por estas e por muitas outras razões, eu pergunto. Será que já não está na hora de se levar mais a sério a criação de nosso Estado do Tapajós não desperdiçando a oportunidade de mais uma fonte de vigilância em nossas fronteiras? Será que todos esses riscos que corremos em nome da preservação de nossas florestas não são suficientes para convencer nossos políticos de que precisamos ser mais inteligentes e que necessitamos chegar antes deles? Será que não seria mais fácil preservarmos nossas riquezas de maneira mais presente sem correr o risco de estarmos sendo enganados ou ludibriados? E se este Governo resolver de fato transformar toda a Amazônia e nossas fronteiras nessas reservas indígenas ou quilombolas obrigando-nos a desocupar a área, como serão produzidos os alimentos para nossas crianças?

Ao nosso entender temos duas opções. Primeiro convencer o Governo de que juntamente com seus programas assistencialistas, já se torna necessária para o Brasil uma política mais ríspida de controle de natalidade, e a outra é sugerir que em vez de tornar a Amazônia intocável-- o que deixa transparecer dúvidas sobre interesses escusos-- que se usem os programas de desenvolvimento sustentável para acelerar o crescimento desta imensa região e que permitem transformá-la no verdadeiro celeiro da humanidade, que será melhor aproveitada por nossos adultos de amanhã que são nossas crianças de hoje.

Óbidos, maio de 2008
miguelccanto@hotmail.com

www.obidos.com.br, em 09/05/2008.

sábado, 10 de maio de 2008

Frente Parlamentar em Defesa do Plebiscisto!

ALEPA institui Frente Parlamentar em Defesa do Plebiscito

Através da Resolução Nº 02 de 23 de abril de 2008, publicada no Diário Oficial do Estado do Pará, edição Nº 31160, de 02 de maio de 2008, a Assembléia Legislativa do Estado instituiu oficialmente a Frente Parlamentar em Defesa do Plebiscito para a criação dos Estados do Tapajós e Carajás. A iniciativa da criação da Frente Parlamentar partiu do deputado estadual Alexandre Von, um dos representantes do Oeste do Pará no Poder Legislativo estadual. Dentre os principais objetivos da Frente Parlamentar, destaca-se o de buscar assegurar a liberdade de escolha da população do Estado do Pará, apoiando a realização da consulta popular sobre a redivisão territorial e política do estado.

Segundo Alexandre Von, a partir da criação da Frente Parlamentar em Defesa do Plebiscito, os próximos passos serão dados no sentido da sua composição. Poderão compor a Frente Parlamentar os deputados estaduais que subscreverem o Termo de Adesão, e que serão considerados membros efetivos da mesma, as Câmaras Municipais que manifestarem-se favoráveis a este fim, bem como lideranças municipais, membros dos comitês pró-criação dos novos estados, técnicos e representantes de entidades públicas e privadas, que estejam interessados em colaborar e participar nos objetivos da Frente, sendo estes considerados seus membros colaboradores. Brevemente, ainda segundo informações do parlamentar, será eleita a primeira diretoria da Frente Parlamentar, que deverá contar com um coordenador, um vice-coordenador e um relator, escolhidos dentre seus membros efetivos.

Para ver a Resolução Nº 02 na íntegra, clique aqui ou acesse o endereço: http://www.ioepa.com.br/site/mat/mostraMateria2.asp?ID_materia=211976&ID_tipo=21

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Recebido da Assessoria Parlamentar do deputado estadual Alexandre Von

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Santarenas defendem a criação do Estado do Tapajós

Oeste do Pará na luta pelo Novo Estado



Por: Aulenice Ferreira e Paula Galvão

A criação do Estado do Tapajós é o grande desejo da população do Oeste do Pará, isso não é uma idéia nova, tudo começou em 1876, quando o militar Augusto Fausto de Sousa propôs uma nova divisão do Império, a qual visava a criação da Província do Tapajós, tendo como objetivo a garantia da soberania brasileira na Amazônia e a busca pelo desenvolvimento econômico e social do Norte do Brasil. Seriam criadas 40 províncias, dentre elas a Província do Tapajós. É um sonho de mais de 150 anos e, de lá pra cá tem-se alcançado grandes conquistas. Estamos perto da realização deste grandioso sonho.
Existem, ainda, alguns empecilhos que prejudicam o andamento da fundação da Unidade Federativa, um deles é a falta de informação de pessoas, que, muitas vezes, influenciadas por outras, deixam de acreditar que com o Novo Estado poderá trazer grandes benefícios para a Região Amazônica e para o Oeste do Pará.
Hoje, vários são os motivos para a sua criação dentre elas temos: a falta de representatividade do poder público em áreas isoladas como o Oeste do Pará; o Novo Estado é muito mais do que um projeto político é um projeto que visa o desenvolvimento estratégico de segurança nacional, econômico e social, no Norte do Brasil. Além disso, o futuro do Estado do Tapajós, na prática, já se constitui uma unidade com vida própria e auto-suficiência .
Grandes serão as mudanças e benefícios para a região. Somente a área territorial abrangerá 58 municípios, numa área de 722.358 Km2 (58%), com uma população de 1.305 mil habitantes, o equivalente a 16% da população do Estado do Pará e com uma densidade demográfica de 1,81 hab/Km2 . Além do crescimento geográfico, a região ganhará também mais investimentos nos mais diversos setores: educação, saúde, infra-estrutura, segurança e projetos nos planos econômico e social.
Nos últimos 17 anos, várias conquistas foram alcançadas,as principais delas foram: a aprovação do projeto pelo Senado em 2000, por unanimidade, a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça. Agora, busca-se o Plebiscito para a criação da Unidade Federativa do Estado do Tapajós, que segundo Edivaldo Bernardo, presidente do Movimento da Frente Popular pela criação do Novo Estado, deverá ser votado ainda em agosto deste ano.
A criação do Estado do Tapajós trará inúmeras vantagens tanto para a população do Oeste quanto para as demais regiões do Pará. A primeira delas está relacionada à distribuição dos recursos, como diz Edivaldo Bernardo: “o Fundo de Participação do Estado (FPE), registra atualmente para o Estado do Pará cerca de 123,25 milhões mensais para investir em toda a região paraense; com o novo estado, nós, da Região Oeste, ficaremos com 69,6 milhões e o Pará ficará com 107,3 milhões em seus cofres públicos. Em compensação, o Pará, que hoje investe em 143 municípios, passará a investir em 118, porém com muito mais recursos. Na verdade, todos têm a ganhar; o que está faltando é informação, principalmente para aqueles que são contra a criação do novo estado; quando eles souberem que eles próprios têm muito mais a ganhar, mudarão de idéia”. Edivaldo ressaltou ainda que, no tocante a estes recursos, toda a Região Norte do país terá ganhos, principalmente econômicos, uma vez que serão gerados aproximadamente 200 mil empregos diretos e indiretos, contribuindo, assim, para o desenvolvimento sócio- econômico do Norte do País, e não somente da Região Oeste do Pará, com se pensa. “Se você cria um estado, só da parte do poder público, são 65 mil funcionários distribuídos em prefeitura e outros órgãos públicos, somados a outras empresas privadas que terão que dar emprego para muitas pessoas, com isso aumentam os serviços e aí se precisará de muita gente para trabalhar. E isso não é uma promessa política, afinal, o estado não pode ser criado sem ter funcionários para viabilizar a sua administração. È algo que vai ocorrer de fato”.
Outra vantagem bastante significativa estará no PIB (Produto Interno Bruto): O Estado do Tapajós será o quarto na lista dos PIBs dos Estados da Amazônia, com R$ 5.173 Bilhões, ficando à frente dos Estados de Tocantins, Amapá, Acre e Roraima. Edvaldo faz lembrar, ainda, que o PIB é exatamente toda a riqueza do estado e acrescenta: “o Novo Estado já nascerá rico e poderoso”.
Quanto à representatividade política, o Estado do Tapajós ficará com um governador, três senadores da república , oito deputados federais e uma bancada estadual de 28 representantes dos diversos municípios. Tudo ficará mais fácil, uma vez que o centro de decisão estará mais próximo do povo e não tão longínquo como atualmente.
Com a criação do Estado do Tapajós, a capital possivelmente será sediada em Santarém, pelo seu tamanho e acesso aos demais municípios. Questionado sobre o desenvolvimento educacional na capital do Novo Estado, Edvaldo diz que no nível universitário, muitos pontos positivos serão alcançados: as atuais universidades públicas, como UFPA, UFRA e UEPA deixarão de ser apenas campi do interior, e se tornarão Universidades matrizes, o que significa muitas melhorias na infra-estrutura, diversidade de cursos de graduação (com ênfase nas necessidades da região), além de programas de pós-graduação, como mestrado e doutorado. A Universidade Federal do Oeste do Pará, por exemplo, terá muitas vantagens sendo sediada em uma capital, e como se pode esperar, esse desenvolvimento também se refletirá nos demais municípios integrantes do Novo Estado; alguns campi da Região Oeste não dispõem nem ao menos de um prédio próprio para o funcionamento da UFPA, precisam estar instalados em escolas públicas dos municípios, como é o caso de Itaituba.
Para a Criação do Novo Estado, muitas medidas estão sendo tomadas a fim de agilizar este processo, como a campanha de arrecadação de 500 mil assinaturas nos municípios da Região Oeste, a serem levadas à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, com o intuito de promover a rapidez na aprovação do Plebiscito em prol do Estado do Tapajós. Para isso, uma equipe está andando de casa em casa na busca de recolhê-las; outras assinaturas serão recolhidas em lugares públicos, como restaurantes, igrejas e escolas, além da Internet, no site www.novoestado.com.br. Edvaldo acredita que, com essas assinaturas, o Senado Federal deverá aprovar o Plebiscito de forma mais rápida: “Não é possível que eles não respeitem a vontade de 500 mil pessoas” - complementa. Outra medida em prol do Novo Estado está sendo a distribuição de panfletos e adesivos para carros e motos, e a comissão organizadora conta com o apoio de toda a população para que esta campanha seja efetivada com sucesso. Caso tudo venha a ocorrer como é o esperado, o Plebiscito deverá ser aprovado em agosto, pronto a ser executado. As entrevistas promovidas pelos sistemas de comunicação, assim como os debates sobre a Criação do Novo Estado, também são elementos positivos para propagar o assunto e informar à população que a criação de mais um estado, sobretudo na Região Oeste do Pará, só trará ganhos para todos.
Assim, é preciso que as pessoas tomem consciência de que a criação do Novo Estado trará benefícios para nossa Região, e não se deixem influenciar por pessoas e políticos que não concordam e não querem o desenvolvimento do Oeste do Pará. Vale ressaltar que a Região Norte do Brasil ganhará muito mais do que investimentos e crescimento, mas também autonomia e prestígio no âmbito nacional. Agora, só nos resta querer e lutar por isso.
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Artigo publicado em www.jornalolhodeboto.blogspot.com , em 21.06.2007

domingo, 20 de abril de 2008

Economista Santareno Juarez Régis volta a brindar o espaço do tapajosja!

Amigos brasileiros,

Ninguém pode imaginar o quanto o Brasil ganha com a criação do Estado do Tapajós: Só para citar 1/2 por cento: um governo mais próximo de sua floresta de jurisdição para melhor monitoramento dos recursos naturais; recursos que serão priorizados e serão alocados mais rápido para o definitivo asfaltamento da BR-163 com refortalecimento e expansão do Porto de exportação, o que elevaria o ranking do Brasil em comparação com o Japão, Holanda, E. U. A. e outros em números de Portos. Isso significa desobrecarregar os Portos de Santos e do Paraná, cujas filas de espera para o descarregamento de caminhões e embarque de navios, pagando altas taxas de fundiação nesses portos. Sem falar na vunerabilidade desses portos para greves que acontecem de vez em quando, parando as exportações brasileiras. O porto de Santarém, seria mais um corredor de exportação de produtos do centro-oeste, sul brasileiro e oeste da amazônia, reduzindo o frete por ser mais barato do que via marítima ainda, atualmente, feito pela costa brasileira a partir de Santos e Paranaguá. Jovens e mais jovens nesse nosso Pará (que tomou açai e parou duma vez) espertam ansiosamente por empregos em fábricas que estão muito concentradas no sul, devisdo essa carrência de opção para exportar por outros portos como em lugares tais como Santarém, rio Madeira, Óbidos, Amapá e Barcarena que também espera eplas fábricas induzidas por essas grandes que não geram os milhares de empregos de que a amazônia precisa para oferecer aos brasileiros de todo o território nacional.

Eu paro por aqui, e vocês continuam, porque o caso dá para ser melhor explanado. Está aberto o debate....

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Redivisão do Pará

Deputados aprovam Frente Parlamentar.Em sessão ordinária realizada ontem, a Assembléia Legislativa do Pará (AL) aprovou por unanimidade dos deputados presentes, em turno único, a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Plebiscito para a Criação dos Estados do Tapajós e Carajás. O projeto de resolução é de autoria do deputado estadual Alexandre Von (PSDB) e havia sido apresentado ainda no segundo semestre de 2007. Segundo o parlamentar, com a aprovação, a Assembléia Legislativa passa a dispor de um instrumento político para aprofundar o debate sobre o importante tema da redivisão territorial e política do Estado do Pará.
Fonte: Diário do Pará

sábado, 8 de março de 2008

SEPARATISMO - Estado também terá ganhos se a proposta de divisão for aprovada. Pará perderia com divisão menos do que imagina




SIMONE ROMERO

A criação dos estados de Carajás, Xingu e Tapajós e do teritório federal do Marajó representaria uma perda econômica muito menor do que se imagina para o Estado do Pará. Reduzido a praticamente os municípios que hoje compõem as mesorregiões Metropolitana de Belém e Nordeste, o Pará teria mais condições de continuar a manter bons níveis de crescimento econômico que as novas unidades federativas que resultariam de sua divisão. O Estado deixaria, por exemplo, de ser um produtor de energia elétrica e passaria a ser um consumidor da energia do Estado de Carajás, onde passaria a ficar a hidrelétrica de Tucuruí. No entanto, seria beneficiado pela atual política tributária que prevê o recolhimento do ICMs da energia elétrica no destino, e não na origem. Uma condição que hoje é negativa para o 'grande Pará' se tornaria positiva no 'pequeno Pará'.

O Estado perderia quase todas as suas mais importantes reservas minerais, mas, em compensação, continuaria a contar com a mais extensa e mais bem conservada malha viária e hidroviária dos quatro Estados. Manteria ainda a condição de principal ponto de escoamento da produção, pelo menos para os Estados do Xingu e de Carajás. Apenas o Estado do Tapajós contaria com um porto próprio e de grande porte para escoar seus produtos.

Um estudo do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios, realizado pela Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Finanças (Sepof), com base no valor agregado apurado em 2004, apontou que a mesorregião metropolitana de Belém ainda é a principal concentradora de riquezas do Estado. Os dez maiores PIBs municipais do Pará eram, pela ordem, Belém, Ananindeua, Marabá, Santarém, Barcarena, Castanhal, Parauapebas, Tucuruí, Itaituba e Paragominas. Com base na nova divisão territorial proposta, cinco dos municípios estão no Pará, um no Estado do Tapajós e quatro no de Carajás. O Estado do Xingu não teria nenhum município entre os dez maiores a região.

Com relação ao valor adicionado gerado pelo setor pecuário, os dez maiores municípios eram, em 2004, São Félix do Xingu, Santarém, Paragominas, Medicilândia, Novo Repartimento, Altamira, Marabá, Ulianópolis, Uruará e Floresta do Araguaia. Deste vez, o novo Estado do Pará aparece em desvantagem, com apenas um dos municípios - Paragominas - incluído entre os grandes produtores de gado. Em relação ao segmento industrial, os dez municípios onde a indústria adiciona maior valor, segundo o estudo da Sepof, são Belém, Barcarena, Tucuruí, Paraupebas, Marabá, Ananindeua, Almerim, Oriximiná, Santarém e Breu Branco. No setor de serviços, os dez maiores são Belém, Ananindeua, Marabá, Santarém, Barcarena, Castanhal, Parauapebas, Tucuruí, Itaituba e Paragominas.

Como os números são relativos ao ano de 2004, é possível que haja pequenas variações em relação à realidade atual dos municípios. As listas com os dez maiores, no entanto, são esclarecedoras para definir os perfis econômicos dos Estados que surgiram com a divisão do Pará. O Estado-mãe, digamos assim, teria uma economia mais baseada nos setores de indústria, comércio e serviços, enquanto seus vizinhos teriam como base econômica a extração mineral e florestal e a agropecuária. O que não significa dizer que, em longo prazo, não poderiam desenvolver pólos industriais importantes, baseados nos projetos minerais em implantação nos seus territórios.

A distribuição da riqueza gerada pelo Estado, no entanto, aponta, no momento atual, para uma relação desfavorável para os Estados recém-criados. A mesorregiões metropolitana de Belém e Nordeste, que continuariam, em sua quase totalidade, a fazer parte do Pará, concentram pouco mais da metade do PIB gerado pelo Estado. O segundo Estado mais rico seria Carajás, com aproximadamente 30% do PIB atual do Pará. Xingu e Tapajós dividiriam os restantes 20% das riquezas geradas atualmente pelo Estado. Em números reais, caso a divisão tivesse ocorrido em 2004, ano em que foi realizado o estudo da Sepof, o Pará passaria a ter um PIB em torno de R$ 18 bilhões, enquanto o PIB de Carajás seria de aproximadamente R$ 10 bilhões e o dos Estados do Xingu e Tapajós ficaria em torno de R$ 2,5 bilhões cada.

A análise não leva em conta a disponibilidade de serviços públicos especializados como hospitais de alta complexidade, instituições superiores de ensino e de pesquisa, sistemas penitenciários de segurança máxima, entre outros equipamentos que, em grande medida, encontram-se hoje concentrados nas regiões em torno da capital. Essa concentração é, inclusive, um dos propulsores dos movimentos separatistas. O Estado do Pará certamente perderia em recursos naturais, mas não em recursos humanos e infra-estrutura pública. Prova é que, das grandes obras infra-estruturantes previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), apenas uma está incluída na região que continuará sendo Pará, mesmo depois da divisão: a ampliação do Porto de Vila do Conde, em Barcarena.

De uma maneira geral, o que os dados econômicos apontam é que a divisão não é, necessariamente, a melhor maneira de desenvolver as economias das regiões paraenses. Tudo vai depender, como depende hoje, de políticas públicas destinadas a promover este desenvolvimento.

Estado de Carajás seria a grande área mineral

O novo mapa territorial do Norte transformaria o Estado de Carajás na grande província mineral da região. Ele concentraria 75% das reservas de cobre do Brasil, atualmente exploradas por meio do Projeto Sossego, em Marabá. Também abrigaria perto de 30% das reservas nacionais de minério de Ferro, exploradas no projeto Carajás, instalado em Parauapebas. A produção mineral do Estado de Carajás se completaria com parte importante (perto de 35%) das reservas brasileiras de manganês, distribuídas entre os municípios de Marabá, Paraupebas e Itupiranga, além de reservas significativas de níquel, em Marabá e São Félix do Xingu, para citar alguns dos minerais de maior destaque no mercado mundial.

As reservas de bauxita paraense - que correspondem a 80% das reservas nacionais do minério - ficariam parte do remanescente Estado do Pará e parte do Estado do Tapajós. No Tapajós, Almeirim, Faro e Oriximiná concentrariam 992,764 milhões de toneladas do minério, de um total cubado de 2,8 bilhões de toneladas que hoje pertencem ao Estado do Pará. Os restantes 1,3 bilhão de toneladas em reservas de bauxita continuariam no novo território paraense, distribuídas, principalmente, entre os municípios de Paragominas, São Domingos do Capim e Irituia. O Estado do Pará manteria suas reservas de caulim, cubadas em 768 milhões de toneladas e correspondentes a 20% das reservas nacionais. A extração deste minério ocorre nos municípios de Ipixuna, Aurora do Pará e Irituia. (S. R.)

Governo do Estado aposta na descentralização para reduzir a mobilização pelo retalhamento

Para o governo do Pará, são pequenas as chances de a divisão territorial do Estado entrar em pauta tão cedo no Congresso Nacional. 'A pauta nacional está tomada por questões como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e as reformas política e tributária', avalia o secretário estadual de Integração Regional, André Farias. O secretário, no entanto, considera justas as pressões para o fracionamento do Estado. 'Elas refletem o descontentamento das regiões com uma política de desenvolvimento que nunca apresentou respostas efetivas para as necessidades regionais e nem conseguiu combater de forma eficiente as desigualdades entre municípios', diz Farias.

Farias explica que, para fazer frente a este desafio, o atual governo está pondo em curso uma política de desenvolvimento regional alicerçada em um novo modelo de planejamento territorial para o Estado, na descentralização administrativa e na participação popular. 'Em resumo, nossa tarefa na Secretaria de Integração Regional é tirar do papel uma das principais diretrizes do governo Ana Júlia Carepa, que é a gestão democrática, descentralizada e participativa', diz.

Na área de planejamento regional, o primeiro passo é implantar uma nova divisão territorial com a divisão do Estado em 12 regiões de integração. 'Um ponto importante destas regiões é que elas passarão a orientar o planejamento de todos os órgãos do governo. Isso não acontece hoje. As regionais da área de Educação não correspondem às da Secretaria de Saúde que, por sua vez, também são diferentes das do Hemopa', conta o secretário.

Cada uma das regiões terá um plano de desenvolvimento próprio, discutido com a sociedade local. 'Vamos estimular a atuação das associações de municípios na elaboração dos planos. Vale ressaltar que não vamos começar do zero. Nossa base para o planejamento regional é uma série de planos que já foram elaborados para cada uma das regiões, como o Plano de Desenvolvimento do Marajó ou os estudos de cenários elaborados pela Eletronorte para a região de Tucuruí. Este acúmulo de discussões não será desprezado. Por incrível que pareça, as únicas regiões para as quais nunca se elaborou um plano de desenvolvimento são as metropolitana de Belém e a Nordeste'.

Além de incorporar e sistematizar as bases de dados e as propostas já existentes, os planos de desenvolvimento para as 12 novas regiões de integração levarão em conta a gestão ambiental sustentável, o ordenamento territorial por meio de políticas fundiárias, o desenvolvimento de inovações tecnológicas e a inclusão social.

Para implementação dos planos, a Secretaria de Integração Regional, replicando o modelo da Secretaria Nacional de Integração Regional, do governo federal, terá um fundo próprio. 'Já fechamos esta discussão com a Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Finanças. O Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado (FDE) passará a ser vinculado à Seir e será operado por duas agências de desenvolvimento regional. A Agência de Desenvolvimento do Tapajós e a Agência de Desenvolvimento do Eixo Carajás/Araguaia'.

A descentralização administrativa, por seu turno, se dará por meio de 12 agentes de integração que ficarão fixos, um em cada região de integração, e que atuarão sempre em linha direta com as seis câmaras setoriais - Defesa, Cultura, Desenvolvimento Social, Produção, Infra-estrutura e Gestão - para assegurar que os serviços públicos cheguem efetivamente aos municípios, além de fazerem a avaliação e o acompanhamento das políticas de governo nas regionais. 'Essas regionais servirão como indutores para a organização do governo estadual nos municípios de forma a assegurar o atendimento das demandas locais', explica o secretário. Além dos núcleos regionais, o Estado criará dois centros político-administrativos, um em Marabá e outro em Santarém. Nestes centros, a governadora desenvolverá agendas regionalizadas. 'Belém deixará de ser o único centro administrativo do Estado', afirma o secretário.

A representatividade popular no novo projeto de desenvolvimento estadual está assegurada com a realização de consultas permanentes à população. 'A Conferência Estadual de Cultura, por exemplo, vai se dar primeiro nas regiões para, só depois disso, ter suas propostas consolidadas com uma grande conferência em Belém. O mesmo acontecerá em outras áreas, como a Educação', diz Farias.

Para o secretário, a grande mudança no perfil da Secretaria de Integração Regional é que ela, com a reforma administrativa, deixará de estar ligada apenas ao setor de infra-estrutura, como se dava no governo anterior. 'Nossa integração não será apenas pelas obras estruturantes. A secretaria será o elo entre todas as câmaras setoriais para garantir que o conjunto de políticas públicas chegue a todas as regiões do Pará. Vamos considerar as diversidades para ter a unidade do Estado, e temos certeza que a população vai se sentir mais pertencente ao Estado do Pará, sem necessidade de divisão', assegura o secretário André Farias. (S. R.)

Publicado no Jornal "O Liberal"



sábado, 16 de fevereiro de 2008

Marketing para o Tapajós - Entrevista de Eduardo Dourado para o blog do jeso em 2005.

Nova estratégia de marketing para o Tapajós

Publicitário santareno que acompanha (ativamente) há décadas o desenrolar do movimento em prol da criação do Estado do Tapajós, Eduardo Dourado, 51 anos, acha que está na hora de mudar a estratégia de marketing da luta separatista. Defende, inclusive, a mudança da logomarca do movimento – o mapa delimitando a área do novo estado. “A marca é antiga, não tem força como algo novo, moderno e progressista”, explica.
Dourado prega mais agressividade do movimento além-Santarém, principalmente nos municípios incluídos na área territorial do Tapajós.

Como o Estado do Tapajós deve ser vendido lá fora?

O objetivo dos opositores é justamente alterar o que está estabelecido, e a construção dessa nova hegemonia política exige o deslocamento de setores dominantes. Isso não tem como ser feito usando as ferramentas do marketing tradicional. A postura do pessoal de Belém, através do jornal O Liberal, por exemplo é espernear, reagir e tentar tumultuar o processo. Aliás, acho que se eles entrarem no jogo com esse espírito, só têm a perder. É como uma partida de xadrez: a cada movimento virá uma reação.
Agora, o que precisa ser feito para que a idéia seja vendida lá fora? Esse movimento não pode ter caráter político partidário. Acho que é essa a principal condição para que comece a dar certo. Também acho que a “inteligência santarena” precisa ser convidada para participar da luta. Pessoas que já usaram o tema como mote de campanha política deveriam ficar de fora, mesmo porque não se conquistou nada com isso – nem eles, nem o movimento.

O que deve ser feito em Belém para neutralizar o ataque dos opositores?

Precisa ser feito um mapeamento minucioso na cidade. Certamente serão encontrados empresários, lideranças, intelectuais, veículos de comunicação simpatizantes à proposta. Em Belém, não existe só O Liberal.

E nos municípios incluídos no território do novo estado?

Nas rádios de cada município, por exemplo, deveriam produzir mensagens valorizando o local, destacando a importância do município no novo estado, peças publicitárias para veiculação na mídia eletrônica, colocando o assunto em discussão, formando opinião a respeito e transformando em pauta diária da imprensa. Enfim, texto, imagem e os métodos de comunicação precisam ser desenvolvidos, inovados, estabelecendo um novo discurso, uma nova prática de marketing. Ao invés de impor mensagens de cima, como é típico do marketing tradicional, precisa-se estabelecer a comunicação numa relação dialética com mulheres e homens excluídos desse movimento, criando e estabelecendo novos critérios de construção de imagem, de maior identificação com o povo. Tanto a idéia de que os fins justificam os meios e a de que os meios - de comunicação - justificam os fins, precisam ser deixadas no baú dos erros cometidos nas campanhas passadas. Pois, como diz meu amigo jornalista Paulo Querino: “Podemos ser mais….podemos ser melhores!”

E aqui em Santarém?

A idéia do Estado do Tapajós não pode ser trabalhado como um produto a ser “vendido” no mercado de Santarém. O motor da sua campanha de marketing tem que ser um conjunto de idéias disseminada no meio de todo o povo do Oeste do Pará, através da informação apolítica partidária, e a importância que cada cidade inserida nesse novo mapa terá. A construção desse marketing alternativo precisa partir do entendimento de que o cidadão não deve ser tratado como objeto da mensagem, mas como um sujeito pensante capaz de ações concretas para que ele próprio possa dar continuidade na comunicação. Entender o que a maioria pensa, como pensa em melhorar a forma de dizer o que precisa ser dito. O produto a ser moldado não é o novo estado, mas o conjunto das transformações que serão construídas a partir da criação dessa nova unidade da federação. Na verdade, trata-se de dar ao cidadão a possibilidade de se tornar sujeito do processo. Se possível, militante de um conjunto de idéias que envolvam a sua participação. Construir este marketing alternativo é fazer revolução.

Quer dizer hoje não existe estratégia de venda deste “produto” em Altamira, por exemplo?

Se você perguntar a qualquer pessoa que more na região Oeste do Pará se é a favor da criação do novo estado, seja ela de Altamira ou não, com certeza dirá que sim. Mas se você perguntar o porquê certamente a grande maioria dirá “não sei”. A superação desse conflito se dará trabalhando para que os desejos do cidadão concordante com a idéia separatista se transformem em movimento consciente, em ação transformadora da sua própria realidade. E como fazer isso? Informação, informação, informação… Acho que o mestre Hélvio Arruda deveria promover mais um curso de gestão nas Faculdades Integradas do Tapajós. A gestão do conhecimento.

Tapajós ou outro nome?

Em 1876, o militar Augusto Fausto de Sousa propôs nova divisão do Império em 40 províncias, incluindo a criação do estado de Tapajós, no oeste paraense. A proposta foi esquecida, mas o nome acompanha até hoje o movimento de emancipação da região. O nome tem, então, 129 anos. O rio Pará que deu origem ao nome Estado do Pará até no mapa é difícil da gente encontrar. Acho que o nome não tem tanta importância, mesmo porque a cultura tapajoara não se resume em um rio, é muita mais abrangente, é muito mais rica. O povo tapajoara veio dos Andes. Talvez tenhamos sido até a lendária Atlântida um dia. Nós, povos da região Oeste do Pará, de alguma maneira somos todos tapajoaras ou tapajônicos. Só não concordo com a marca Estado do Tapajós feita em cima do mapa. Como substância de informação dos municípios que comporão o novo estado pode até ser aceitável, mas como marca é antiga, não tem força como algo novo, moderno e progressista.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Movimento pelo Estado do Tapajós elegerá novo presidente

Movimento pelo Estado do Tapajós elegerá novo presidente
Até a próxima sexta-feira será publicado na imprensa o edital de convocação para a eleição do novo presidente do movimento de luta pela criação do Estado do Tapajós.. A informação foi confirmada pelo secretário geral do movimento Ednaldo Rodrigues.

O mandato de um presidente tem a duração de dois anos e a atual diretoria não pode continuar porque o prazo do mandato já encerrou. O secretário confirmou a eleição e as providencias que já estão sendo tomadas. De acordo com o secretario movimento, o atual presidente o Professor Edinaldo Bernado, pode disputar o pleito.

Uma comissão externa que foi contratada pelo movimento vai conduzir a eleição. Como pessoa jurídica, o movimento tem pouco mais de dois anos.

fonte: Portal Guarany, edição de 09/01/2008