sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Você sabia?

Você Sabia:

  1. Que a criação do novo Estado do Tapajós irá permitir a criação de 100 mil empregos (65 mil no setor público, 35 mil na indústria e comércio)?

  1. se desmembrarmos do Pará, o futuro Tapajós e o futuro Carajás, o estado remanescente ficará com uma área aproximada de 255.000 km2. Portanto, maior, ainda, que o Estado de São Paulo, com uma infra estrutura rodoviária, hidroviária, portuária, aeroportuária, de energia elétrica, de comunicação, hospitalar e universitária completamente prontas, quase que sem demandas de altos investimento para os próximos anos, concentrando 67% da população/censo 2000 ( cerca 4.105.000 habitantes), arrecadando mais de 80% dos impostos do estado hoje, com uma economia forte baseada na agricultura ( dendê e grãos ), pecuária bovina e bubalina, pesca em escala industrial, turismo abundante e um FPE ( Fundo de Participação dos Estados ) fabuloso, face a sua grande população, além de uma expressiva bancada federal empenhada na captação de recursos para investimentos num estado relativamente pequeno e com uma infra praticamente pronta?

  1. Que de acordo com estudo elaborado pelo IPEA, a criação dos estados do Tapajós e Carajás não prejudicaria o Estado do Pará remanescente do atual e a população que ficaria no novo Pará teria mantidos - e até melhorados - os índices de qualidade de vida? que manteria a maior população e os melhores índices econômicos e sociais, como renda per capita, menor desigualdade, mais percentual de domicílios com acesso á água e energia, e menor taxa de mortalidade infantil?

  1. Que o Nordeste sem o Maranhão possui 1.222.171 Km² e conta com 08 governadores, 24 senadores e 133 deputados federais, enquanto que o Estado do Pará, com 1.247.689 Km² dispõe de apenas de 01 governador, 3 senadores e 17 deputados federais.? Que com a criação do Estado do Tapajós, teríamos mais 17 deputados federais e 3 senadores, acrescentando força política à região?

  1. Que esse mesmo nordeste, apesar de ser uma área extremamente seca tem um PIB de R$ 231,90 bilhões contra apenas R$ 34,20 bilhões do Pará (dados do IBGE de 2004). Agora , pergunta o economista Roberto Lameira em seu blog www.obrasilnovo.blogspot.com, vale a pena ter um território gigantesco como o atual e viver estagnado no tempo e no espaço?

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Análise do Roberto Lameira, titular do blog wwww.obrasilnovo.blogspot.com, sobre o debate havido na UNAMA sobre a criação do Estado do Tapajós

uarta-feira, 19 de Setembro de 2007

Mentiras! Mistificações! Atraso de Vida!

Incrível como os brasileiros perdem tempo com mentiras e mistificações contra eles próprios e contra o desenvolvimento do país.





O debate na Unama foi, exatamente, o que todos nós, que desejamos a emancipação, já prevíamos.

Um desfile enviesado de mentiras, aleivosias e discussões fora do foco.

Segundo um famoso jornalista torcedor da causa contrária, o Doutor em Ciências Políticas Carlos Augusto de Souza desmontou o mito do tamanho comparando o município de São Felix do Xingu com Alagoas e Sergipe, mostrando a precariedade dos referidos Estados em função de seus péssimos indicadores sócio-econômicos, tendo, por isso o mesmo, sido o palestrante mais fundamentado da noite. Na mesma tônica de sua análise enviesada, o Deputado Passarinho, também, foi entre os políticos o mais agudo e direto.

Já os palestrantes a favor da divisão, como Reginaldo Campos, por exemplo, alternou-se entre a lucidez e a ira evangélica, bem ao seu estilo de pregador, enquanto, pinçou os aspectos polêmicos do Deputado Giovanni Queiroz referentes a assuntos não relacionados com o tema como o problema da Pagrisa e dos auditores do trabalho, não tocando nos dados do Ipea mostrados pelo Deputado.

Ora uma reportagem desse nível de interpretação tendenciosa não pode se chamar de jornalismo, mas, de torcida organizada, bem ao estilo de jornais da mesma qualidade ética.

Apenas para desmentir categoricamente a ambos, tanto o doutor quanto o jornalista contador de lorota, colocamos abaixo os indicadores sócio-econômicos dos três mais pobres Estados do nordeste oriental – Paraíba, Alagoas e Sergipe – cujas áreas somadas são inferiores a um único município do Pará, Altamira que possui 159.696 Km² contra 156.473 Km² dos referidos Estados.

E apenas para chatear os mistificadores, mostramos com os dados oficiais do IBGE que uma área inferior a um único município do Pará, assolada periodicamente por secas assustadoras, em contraste com as riquezas florestais, minerais, aqüíferas e ambientais paraenses adormecidas, produz mais e melhor, tendo índices sócio-econômicos melhores e um futuro incomparavelmente melhor que o Pará inteiro com os seus descomunais 1.247.689 Km² - oito vezes a outra área comparada - caso não seja re-ordenado urgentemente no seu território.

Compare você mesmo:




Realmente, esse tipo de debate enviesado tem uma grande importância para as regiões que desejam se emancipar, porquanto, confirmam apenas os dados incorretos e os falsos dilemas colocados por cientistas, políticos e jornalistas tendenciosos, além de empresários de empreiteiras, do ramo imobiliário e da imprensa concordatária, que se utilizam, de uma Associação de classe para fazer campanhas sem quaisquer fundamentos, na defesa única e exclusiva de seus interesses empresariais e pessoais, todos, sem qualquer pejo ou compromissos com a população ou com a sociedade brasileira que reside nos quatro cantos do Estado.

Os dados oficiais do IBGE mostram, exatamente, o contrário do que afirmou o cientista, demonstrando que uma área menor que um único município paraense quando bem dividida e organizada com a presença das instituições republicanas, consegue superar em quase tudo um Estado inteiro gigantesco como o Pará, impossível de se administrar como uma unidade federativa pelas suas dimensões e a sua péssima representação política.

Devemos frisar que os dois pequenos Estados – Alagoas e Sergipe – que estão longe de serem Estados modelos – superam em todos os indicadores sócio-econômicos, as duas áreas integrais correspondentes à Carajás e Tapajós que desejam se emancipar do Pará, com os seus cerca de 1.000.000 Km². Tudo isso, com uma área menor que o município de São Felix do Xingu. Dados, que não engrandecem ninguém, mas, chocam por suas disparidades e apenas confirmam a imperiosa necessidade de separação das duas áreas, com urgência, urgentíssima.

Não há prova maior da validade da criação de Estados federados para melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida das populações, do que os Estados do Nordeste, mesmo, com oligarquias econômicas do mesmo nível ou pior do que as daqui.

Os Estados do nordeste, em número de nove, com uma área semelhante ao Pará, tem 08 vezes o PIB do referido Estado, mesmo com toda a sua ineficiência operacional e grosseiramente mal organizados. Isso significa que, se o Pará tivesse feito essa opção de divisão em 09 unidades federativas no início da colonização brasileira, a unidade regional paraense teria hoje um PIB de cerca de R$ 250 bilhões, isso para dizer o mínimo, por que é muito mais rica, territorialmente, que o nordeste.

Esse é exatamente o cerne da questão. A problemática da divisão do Pará está sendo debatida através de falsas premissas já que o re-ordenamento do território da União Federal que é permitido pela Constituição Federal não é um problema de exclusividade do Pará, mas, um problema que atinge os brasileiros de todos os Estados, uma vez que a ineficiência do país, como um todo, está atrelada à má gestão do seu território, as quais, atingem e afetam todos os brasileiros, sendo os maiores responsáveis pela sua pobreza, pela exclusão social, a concentração mórbida da população e de rendas, a violência urbana descontrolada e principalmente, a ineficiência cavalar do país.

Isso é facilmente entendido quando se compara os territórios do Amazonas, Pará e Mato Grosso (3.721.793 Km²) que juntos somam quase toda a União Européia ( 3.976.372 Km²) e juntos produzem menos que o pequeno Estado do Paraná com apenas 199.315 Km².Enquanto, a União Européia é composta por 27 Nações e centenas de Estados iguais aos do Brasil, esse território gigantesco do Brasil se resume a apenas três Estados atrasados e improdutivos, que transformam o país e a sua economia numa ineficiente máquina de exclusão social dos brasileiros e de geração de violência e de barbáries inomináveis.

A ingenuidade do povo brasileiro chega a ser comovente. Como é que um país possui uma área correspondente a uma União Européia em seu território, muito mais rica em tudo, e permite que meia dúzia de gatos pingados imponha ao país uma organização territorial que relega uma riqueza imponente dessa ao abandono e permite que o seu povo passe fome, sofra o desemprego e se auto-extermine numa guerra civil disfarçada.

A União Européia – com taxa de natalidade nativa decrescente e preocupante - tem uma população gigantesca de cerca de 500 milhões de pessoas trabalhando e produzindo maravilhas e R$ 27 trilhões de PIB na mesma área que o Brasil, enquanto, as elites brasileiras, insensíveis, coloniais e voadoras a desprezam. Enquanto isso, eles e outros expertos travestidos de lúcidos daqui e de alhures nos mistificam com as suas idiotices de que não podemos explorar as nossas riquezas. Cair num conto do vigário dessa magnitude é, simplesmente, inaceitável.

Somente de pensar que o mundo tem um território do porte da União Européia no interior do Brasil, que originalmente abriga nada mais do que 27 Estados Nações, entre as mais ricas e poderosas da Terra, como Inglaterra, França, Alemanha, Itália e a Escandinávia e nós, brasileiros, aqui, passando necessidades e nos exterminando mutuamente por um celular ou um relógio, francamente, dá um asco insuportável.


Postado por Roberto C. Limeira de Castro às 9:45

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Artigo do titular do blog http://www.obrasilnovo.blogspot.com/

Estados com vocação de pequenos países.

A Constituição Federal e o Povo têm poderes para alterar as divisas estaduais? A História mostra que sim.

Brasil do Século XXI

Propostas de criação de Estados e Territórios Federais que tramitam no Congresso Nacional. Um grande desafio para as autoridades e para o povo brasileiro, com duzentos anos de atraso em relação às Nações do Primeiro Mundo, como, por exemplo, os Estados Unidos da América.


Existem no Brasil alguns Estados que nasceram com uma vocação irresistível para serem mini-países de pouca importância.

Se fossem países seriam, os Sudãos, as Somálias e as Etiópias da vida ou no máximo um Uruguai, uma Bolívia ou um Paraguai.

E vamos deixar bem claro aqui, que não é nosso intuito desmerecer a existência dos citados países que nasceram de lutas históricas específicas e cujos povos, tiveram e têm, todo o direito de se organizar em Nações soberanas, por que assim, escolheram e decidiram.

Apenas fazemos a constatação de que nem sempre a escolha do caminho seguido por um território ou um povo, os levarão a se tornar um país rico e um povo próspero.

A história prova isso em duas facetas: De um lado, os grandes países que preferiram a colaboração entre as repartições territoriais e político-administrativas, que são poucos, e de outro, uma miríade de pequenas Nações que se debatem no subdesenvolvimento, as quais, escolheram, na maioria das vezes, a intransigências de seus pequenos caudilhos, do caminho isolado.

Agora, já tardiamente, desejam se juntar com outras Nações em mercados comuns para poder encarar a acirrada concorrência capitalista internacional. Estão enquadradas nesse padrão, a Comunidade Européia que já tem até moeda e parlamento comuns e outras experiências sem sucesso como o nosso Mercosul, a Alca e Liga das Nações Árabes.

O gigantismo territorial nem sempre é sinônimo de progresso e bem estar da população ali residente, porquanto, o espaço geográfico vazio e sem habitantes bem preparados pode se tornar um campo fértil para a barbárie do salve-se quem puder.

O Brasil também escolheu o caminho do gigantismo, mas, para se desenvolver e mostrar a sua cara ao mundo teve que se organizar durante séculos, numa federação de Estados portentosa e gerar riquezas suficientes para melhor educar e preparar os seus filhos. Apesar desse esforço, ainda, é muito deficiente nesse aspecto.

Logo, ficou patente que a riqueza e o poder do Brasil não estão no seu território descomunal, mas, na capacidade de organização da sociedade e na boa gestão territorial e demográfica de alguns poucos Estados. Pena, que os nossos administradores públicos tenham negligenciado a organização territorial e político-administrativa do país, ao dar preferência para os Estados litorâneos em detrimento das regiões interiores.

A capacidade de produzir riquezas dos países líderes mundiais mostra esse aspecto com clareza inequívoca, onde países com o tamanho da Bahia, do Maranhão ou do Mato Grosso do Sul são muito mais ricos e prósperos do que o Brasil. São poucos, mas, existem.

Na ausência da riqueza territorial tiveram que aperfeiçoar, ao extremo, os seus capitais intelectuais e humanos. São os casos, do Japão (2º do mundo), Alemanha (3º), Reino Unido (4º), França (5º) Itália (6º) e outros menos cotados, mas, bem adiantados como a Espanha e a Coréia do Sul.

O ponto mais importante para o sucesso e a segurança política e militar de uma moderna federação é o seu recorte territorial e político-administrativo e a boa gestão territorial e humana.

Nenhuma das partes isoladas ou de um dado conjunto de Estados regionais agrupados pode ter riquezas e poderes superiores, a ponto de suplantar o poder da União Federal.

O segredo da existência secular de federações como, os Estados Unidos, o Brasil, a China, a Rússia, o Canadá, a Austrália, a Indonésia, o Reino Unido, a Alemanha, a França, o México e a Argentina, está nesse equilíbrio de forças.

As maiores ameaças de ruptura de uma federação estão na convergência de dominação de grupos hegemônicos de Estados, na diversidade étnica, religiosa e cultural e na vocação de alguns Estados para serem países.

Quando essa tendência se fortalece, o país federado passa a correr riscos na sua existência.Dois casos recentes de Uniões despedaçadas por esses três fatores, em conjunto, ou isolados, são de todos conhecidos, a União Soviética e a Federação Iugoslávia.

Uma união federada é um pacto de colaboração entre províncias, Estados e departamentos para o desenvolvimento, a segurança interna e externa, o fortalecimento da cultura, dos costumes, da língua e das crenças e valores comuns, mas, com absoluto respeito às diversidades e peculiaridades regionais dos grupos étnicos e culturais formadores do todo.

A Constituição Federal é clara e cristalina, quando prevê a possibilidade real de subdivisões e fusões territoriais e político-administrativas no seu recorte federativo, desde que sejam obedecidos os ritos constitucionais e legais. Quem dá autorização para esse desmembramento ou fusão das divisas internas e não fronteiras, é a população e nunca uma elite ávida na concentração unilateral das riquezas.

Causa-nos espanto, pois, a interposição de exigências e dificuldades, quase incontornáveis, nessa tarefa ingente e contínua da cidadania e dos governantes na busca por uma melhor administração do país, colocadas sub-repticiamente em diplomas legais, por grupos, claramente, interessados na preservação das iniqüidades eternas e no “status quo” empedernido.

Assim sendo, qualquer governante que fizer o juramento sagrado na sua posse, comprometendo-se em manter a integridade territorial absoluta do seu Estado ou a Constituição Estadual que se arvorar a essa ousadia, estarão em total descordo com Carta Magna Federal e com o próprio pacto federativo.

Nenhum Estado ou região isolada tem poderes constituídos e legais para tentar impedir ou atrapalhar o desenvolvimento do país no seu todo ou de parcelas isoladas do território ou da população. A população unida com os seus parlamentares têm que cercá-los de todos os lados.

Ao longo de sua história, mesmo com uma lentidão de tartaruga, que é a causa maior do seu desenvolvimento e da pobreza do seu povo, o Brasil acomodou em paz e tranqüilidade as tentativas legítimas de re-ordenamento territorial e político-administrativo de sua federação.

Em quase cinco séculos de história, saiu de 14 Capitanias Hereditárias incipientes para alcançar 26 recortes estaduais e um Distrito Federal. Todos de absoluto sucesso, considerados, o tempo, as épocas e as condições históricas.

Entre 1720 e 2007, nasceram Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amazonas, Paraná, Piauí, Alagoas, Acre, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Amapá, Roraima e o Distrito Federal, além, da libertação econômica e política de todos esses parceiros federativos ditos subalternos pela força e pela subjugação de Estados mais ricos e mais poderosos originários, com vocação para serem países.

Nossa federação avançou quantitativa e qualitativamente para se tornar uma força, econômica, cultural e política mundial.

Numa quadra excepcional, de desenvolvimento, de liberdades democráticas, de estado de direito e de afirmação da nacionalidade, no contexto internacional, o Brasil necessita saldar as suas velhas dívidas com as suas províncias abandonadas, subjugadas e carentes de uma organização republicana mínima.

Nesses casos se incluem as províncias centenárias da Xingutânia ( Futuro Estado de Carajás), Tapajônia (Futuro Estado de Tapajós), Juruena (Futuro Estado de Aripuanã), Arinos, Tapiráquia e Bororônia (Futuro Estado do Araguaia), São Francisco (Futuro Estado do Rio São Francisco), Mucuri (Futuro Estado de Minas Norte), Paracatu (Futuro Estado do Triângulo), Serra da Gurguéia (Futuro Estado da Gurguéia), Mearim/Gurupi (Futuro Estado de Maranhão do Sul), Ilhéus/Porto Seguro (Futuro Estado de Santa Cruz, além das províncias de poucos habitantes e recursos econômicos de Juruá, Solimões, Rio Negro, Madeira e Marajó, candidatas a Territórios Federais.

Os brasileiros de todos os quadrantes, já estão saturados da tentativa anti-histórica e anti-racional, de alguns grupos de pessoas de determinados Estados hegemônicos com banca de Nações, que desejam atrapalhar o desenvolvimento dos demais parceiros atuais e futuros da federação e impedir uma melhor qualidade de vida do povo brasileiro.

Esse comportamento imperialista e colonial não se coaduna com os princípios de uma Federação de Estados que tem pressa de se consolidar como um país civilizado de vanguarda e de primeiro mundo.


Roberto C. Limeira de Castro

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segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Conhecendo o futuro Estado do Tapajós




Se aprovada a criação, o novo Estado terá uma área de 722.358 km2, abrangendo 25 municípios (Oriximiná, Faro, Óbidos, Alenquer, Almeirim, Monte Alegre, Alenquer, Curuá, Terra Santa, Juruti, Santarém, Prainha, Porto de Moz, Aveiro, Belterra, Vitória do Xingu, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas, Rurópolis, Trairão, Itaituba, Altamira, Jacareacanga e Novo Progresso) com população de 1,7 milhão de habitantes, o que corresponde a 16% da população do Pará. As maiores cidades são Itaituba, Altamira e Santarém, cidade pólo que necessita de força política e incentivos para fomentar efetivamente o desenvolvimento. O município vive um importante momento com a vinda de empresas e de uma população que necessita de melhorias na qualidade de vida.O novo Estado também ganha mais força política e mais dinheiro circulando na região. Seriam eleitos 17 deputados federais e 3 senadores. Atualmente o Pará recebe do Fundo de Participação dos Estados R$ 211 milhões. A nova federação passaria a receber R$ 69 milhões e o Estado paraense 197 milhões. Só de impostos o novo deve arrecadar algo em torno de R$ 59 milhões de reais.

sábado, 22 de setembro de 2007

ABAIXO-ASSINADO ENTREGUE

Paulo Leandro Leal
Repórter

O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, recebeu na manhã desta terça-feira, 18, em Brasília, o abaixo-assinado com 350 mil assinaturas pedindo a aprovação do projeto que autoriza o plebiscito pela criação do Estado do Tapajós no Oeste do Pará. O documento foi entregue em mãos por um grupo de deputados, vereadores, prefeitos, lideranças empresariais e de movimentos sociais do oeste do Pará, que permanecem em Brasília durante toda a semana articulando a votação do projeto na Câmara federal.
O deputado federal Lira Maia, que articulou a entrega do documento, avaliou nesta terça-feira que está sendo muito positiva a receptividade aos anseios da região com relação à criação do novo estado. Além dele, estiveram os deputados estaduais Alexandre Von e Antonio Rocha, a prefeita Maria do Carmo e os prefeitos dos municípios de Juruti, Jacareacanga, Porto de Moz, Itaituba e Rurópolis, além de vereadores, lideranças empresariais e integrantes do Movimento pelo Plebiscito e Criação do Novo Estado. As assinaturas foram coletadas durante meses pelos integrantes do movimento em todos os 25 municípios que poderão formar o novo Estado da federação.
Segundo o presidente do movimento, professor Edvaldo Bernardes, as ações realizadas em Brasília estão tendo grande sucesso. "A avaliação é a melhor possível. Após a desobstrução da pauta de votação tenho certeza absoluta que o projeto (que autoriza o plebiscito) será colocado em votação", comemora Bernardes, destacando que existe entre os deputados um clima muito favorável à criação do Estado do Tapajós.
Para o deputado federal Lira Maia, há muito o que comemorar. Ele destaca a grande comitiva que foi à Brasília para a entrega do documento, avaliando que esta participação ajudou muito a chamar a atenção dos parlamentares para o assunto, inclusive do presidente da Câmara. "O deputado Chinaglia se comprometeu a levar a matéria para o colégio de líderes e, não havendo nenhuma objeção, colocar o projeto em votação", informou Maia, explicando que o líder do governo, deputado José Múcio, se mostrou favorável ao projeto e vai atuar para que a bancada governista possa ser liberada para votar a favor do plebiscito.
Lira Maia informou que além da entrega das assinaturas, estão sendo mantidas reuniões com diversas lideranças políticas ou não, para tentar conseguir o maior apoio possível ao projeto. Entre elas está o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cézar Brito, que também disse que era favorável ao projeto e prometeu que a OAB se posicionaria sobre o assunto. Até esta terça, praticamente todos os lideres de partidos já haviam sido visitados por integrantes da comitiva.
Alem disso, a comitiva que está em Brasília se reuniu em nove equipes que nesta quarta-feira vão visitar todos os deputados em seus gabinetes, para pedir apoio à aprovação do projeto quando o mesmo for colocado em votação. Diante de tamanha articulação, Lira Maia está confiante quando á votação do projeto. Ele explicou que no momento quatro Medidas Provisórias e outros três projetos trancam a pauta na Câmara, por isso o projeto do novo estado não deve ser votado este mês. "Minha expectativa é que seja votado ainda neste semestre", disse o parlamentar. O deputado santareno diz ainda que as articulações estão sendo muito importantes para convencer as lideranças em Brasília. "Todos os lideres se manifestaram favoráveis, estou muito otimista", finaliza o parlamentar.
Além das assinaturas, as lideranças da região ainda levaram um manifesto público de apoio ao plebiscito assinado por diversas associações comerciais da região, inclusive a do município de Ananindeua, na região metropolitana. O manifesto, liderado pela Associação Comercial de Santarém, conta com a assinatura de 64 entidades da sociedade civil de oito municípios do interior do Pará.


Públicado no Jornal o Estado do Parajós, edição de 19 a 21/09/2007

Para vice, divisão do Pará é inevitável

Odair Corrêa diz que, no governo, ele tem que ser neutro em plebiscito

O vice-governador do Pará, Odair Corrêa, é um homem disposto a comprar briga quando se trata de defender suas idéias políticas e a população do oeste do Estado. Exposto à metralhadora verbal de adversários, ele tem protagonizado nos últimos dias alguns episódios que fariam qualquer político imaturo tremer nas bases diante da pressão feroz dos críticos. Primeiro, viajou para Manaus (AM), onde debateu com políticos e empresários locais a divisão do Pará. Foi defender a criação do Estado do Tapajós, idéia que alimenta há 23 anos.

O mundo caiu na cabeça dele. "Por que ele não foi lá defender a divisão do Amazonas, que é muito maior do que o Pará?", bradaram vozes iradas de seus novos desafetos políticos. Na Câmara Municipal de Belém, vereadores desceram das tamancas para costurar um título de persona non grata para Corrêa e querem ainda, por tabela, cassar uma comenda que lhe foi concedida, o Brazão D'Armas. Não faltou, por fim, quem o chamasse de traidor, sugerindo a perda do cargo de vice.

Calmo, medindo as palavras, mas sem medo de expor seu pensamento, o vice encara as críticas com naturalidade. Diz falar com conhecimento de causa. Acredita que seus adversários são movidos pelo desconhecimento dos fatos e pelo sentimentalismo ao atacá-lo. E avisa: não teme cara feia nem arreganho de ninguém. Aprendeu com outros nove irmãos a superar as adversidades da vida. O menino pobre, nascido e criado em Santarém, se diz pronto para enfrentar incompreensões e desafios.

Nesta entrevista ao repórter Carlos Mendes, o vice explica que está "acompanhando o bonde da história" ao defender a emancipação política do oeste paraense. Não pretende se expor ou correr o risco de alguém querer tirá-lo do cargo. "Defendo a realização do plebiscito sobre o criação do Estado do Tapajós. Depois, é outra história", limita-se a dizer.
"O que eu não posso, como vice, depois de ter jurado manter a integridade do território paraense, é convocar as pessoas e tomar procedimentos para a divisão do Pará. Jamais farei isso", sustenta Corrêa. Na entrevista, não foge das perguntas sobre a divisão do Estado. Aponta motivos, destila argumentos favoráveis e vislumbra benefícios sociais.

Carlos Mendes - O senhor tem se posicionado claramente a favor da criação do Estado do Tapajós. Mas seus adversários políticos afirmam que isso contraria o juramento feito ao assumir o cargo, juntamente com a governadora Ana Júlia, de defender a integridade do território paraense. Como o senhor reage diante dos críticos, que chegam a chamá-lo de traidor?

Odair - A questão que está sendo tratada é a da emancipação regional. Não estamos em estado beligerante, pegando no fuzil e na metralhadora para dizer que é separatismo. Os que usam a expressão separatismo se apóiam num termo forte para contradizer o procedimento da emancipação. Outra coisa: a emancipação regional do Tapajós é apenas uma das outras 15 em todo o País cujos projetos tramitam no Congresso Nacional. Ela trata de uma ação de plebiscito, que é democrático, baseada no artigo 18, parágrafo 3º da Constituição Federal, combinado com o artigo 12 e também com o artigo 49, da competência do Congresso. Estivemos por lá, trabalhando nos últimos 23 anos, defendendo a emancipação mista do Tapajós. Então, nós estamos há 23 anos fazendo a história, e não começando isso agora, como querem dar a entender.

Carlos - Tem gente imaginando que o senhor pegou essa bandeira agora, de uns tempos para cá...

Odair - Nada disso, são 23 anos. Estamos apenas acompanhando o bonde da história. Na época do Império, o Tapajós era uma província, isso há mais de 150 anos. Por ser um democrata e ter sido eleito pelo voto, assumindo o governo do Estado na condição de vice, tenho uma posição tranqüila de defender a realização do plebiscito. E mais: não vejo razão para tanta tempestade em copo d'água. A Constituição Federal, que é legítima, estabelece o plebiscito para resolver ou não a criação de novos estados. Toda a população do Pará vai opinar a esse respeito.

Carlos - Realizado o plebiscito e se ele for favorável à divisão do Pará, qual será a sua posição, mesmo ocupando o cargo de vice?

Odair - Eu não posso, com base na Constituição do meu Estado e na promessa que fiz no juramento de posse de manter a integridade territorial do Pará, chegar aqui e dizer: "Olha, vamos tomar os procedimentos para a divisão do Pará". Eu não farei isso. Não é por aí. Mas, com relação ao plebiscito, sim, defendo que deva ser realizado. Depois disso é uma outra história. Não se sabe quanto tempo isso (plebiscito) vai levar. Mesmo que o plebiscito fosse hoje eu não poderia me manifestar pela divisão do Estado. Sou o vice-governador e tenho respeito pelo meu Estado.

Carlos - Outra questão levantada pelos opositores da divisão é a de que a idéia é defendida por parlamentares que nasceram em outros estados, mas que vivem no Pará e aqui se elegeram com os votos dos paraenses.

Odair - É bom que se diga: sou paraense nato. Meu pai nasceu em Breves, eu nasci em Santarém. Então, sou santareno, portanto, paraense. O que não posso fazer é desconhecer a minha história. Acredito muito nessa possibilidade, de estarmos juntos, mesmo que a separação ocorra mais tarde. Aposto numa reciprocidade entre irmãos fraternos, enquanto paraenses que somos.

Carlos - O que seus conterrâneos da região oeste pensam disso? Não seriam criados antagonismos por conta da divisão?

Odair - Os que movimentam o projeto de criação do Tapajós em Brasília e o pessoal lá de Santarém entendem que não surgirá um fosso entre Pará e Tapajós, caso o novo Estado seja criado. Pelo contrário: à medida que se instalar um Estado com essa envergadura na região, que se criar 90 mil empregos diretos, com certeza a região precisará de muito técnico que hoje anda chutando lata em Belém. Essa mão-de-obra vai trabalhar conosco lá na região.

Carlos - A tese contrária à divisão alega que a União teria grandes despesas para implantar o novo Estado, montando órgãos públicos. Qual a sua opinião a esse respeito?

Odair - Os que falam isso deveriam sair da retórica e mostrar o lado prático dessa idéia. Eles deveriam focar as coisas, por exemplo, na presença do Estado na região. Se fizessem isso seria uma beleza. O problema é que hoje temos uma região como a do oeste do Pará, de onde foram acossados para fora do Estado 480 mil habitantes em busca de melhores meios de vida no Amazonas, em Manaus. E nem todos tiveram a mesma chance. Há muitos paraenses em Manaus e isso traz um peso significativo no orçamento do Amazonas.

Carlos - Se o Estado do Tapajós for criado, esses paraenses que foram para Manaus retornariam aos municípios de origem?

Odair - Queremos trazer essa população de volta. Há muitas pessoas que hoje estão inchando a periferia de Manaus e os presídios. Por que há discriminação do Amazonas com o Pará? Porque há paraenses que, segundo eles, estão tirando os empregos dos amazonenses e praticando crimes. Por outro lado, há muita gente competente que saiu do Pará e foi para Manaus tentar melhor sorte. Há pessoas daqui em boas posições lá no Amazonas. Respondendo à pergunta sobre gastos excessivos da União com a criação de um novo Estado, digo que isso não passa de ledo engano. É um desconhecimento total da realidade. Na época em que estive lá no comitê da Frente Popular pelo Estado do Tapajós fizemos vários levantamentos técnicos e científicos a respeito. Depois de fazer esses levantamentos estivemos em Belém, na Assembléia Legislativa, que também fez um levantamento técnico sobre o assunto. Esse levantamento era favorável à criação do Tapajós, embora os deputados tenham votado contra. Também mandamos buscar técnicos no Rio de Janeiro, treinados na Fundação Getúlio Vargas, para que não dissessem depois que estávamos querendo puxar a brasa para a nossa sardinha.

Carlos - Que argumentos consistentes pesariam favoravelmente, na sua opinião, ao Estado do Tapajós?

Odair - No oeste do Pará, somos um PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 6,5 bilhões. Isto aí é muito pano para manga. Com a emancipação territorial do Tapajós, ao invés de o remanescente Pará, que é nosso irmão, sair perdendo, irá sair ganhando. Vou dar um exemplo: se há uma transferência federal, hoje, da ordem de R$ 1,8 bilhão para o Estado do Pará e ele repassa R$ 300 milhões ao ano para a região, quando da criação de um novo Estado e com a reformulação das estruturas orçamentárias do País, o Tapajós receberá R$ 1,1 bilhão. Isto somado a R$ 1,5 bilhão do Pará, a região sairá ganhando como um todo.

Carlos - Se é tão simples assim, por que há tantas vozes contrárias à divisão? Seria por desinformação ou ignorância?

Odair - No oeste, o projeto não é tratado com sentimentalismo. Esse mesmo sentimentalismo também foi demonstrado quando houve a divisão territorial da província do Amazonas, que era a do Rio Negro. Foram as mesmas reclamações que se ouvem hoje. A história de 150 anos atrás se repete. Naquela época se diziam as mesmas coisas, que estavam querendo dividir a pobreza, criar mais despesas. As experiências emancipacionistas do Brasil inteiro não podem ser ignoradas. Veja o bom exemplo da criação do Estado do Tocantins. A população melhorou de vida. O PIB é de mais de R$ 2 bilhões. A experiência do Mato Grosso do Sul, que inspira o Tapajós, é outra história de sucesso. No começo, eram apenas R$ 4,5 bilhões de dólares. Hoje, a somatória dos dois estados, do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso, dá mais de R$ 50 bilhões. Isto significa dizer que há ganhos no desenvolvimento regional com novos estados no País.

Carlos - Na Câmara Municipal de Belém, alguns vereadores o consideram persona non grata e querem cassar a comenda do Brazão D'Armas, que já lhe foi entregue. Eles fazem isso sem conhecer o assunto que debatem, a divisão do Pará, ou porque estariam movidos pelo sentimentalismo?

Odair - Não sei definir exatamente o que está movendo essas pessoas. Sou novato em Belém. Estou aqui há apenas sete ou oito meses, efetivamente. Tive uma campanha eleitoral muito forte e em função dessa campanha chegamos ao poder. Na campanha passada, um vereador propôs campanha de repúdio aos maus paraenses que queriam criar o Tapajós. Aí, alguns maus paraenses vieram de lá para explicar na Câmara Municipal de Belém. No final, esses maus paraenses conseguiram uma votação favorável de 19 a 2, a favor não da moção de repúdio, mas a uma moção de apoio ao plebiscito, que seria enviada à Câmara Federal. A questão é o conhecimento de causa e porque se pleiteia isto. Como a história nos diz que mais cedo ou mais tarde
isto (a divisão do Estado) vai acontecer, eu não tenho muita preocupação.

Carlos - O senhor defende a emancipação do oeste, mas a governadora Ana Júlia é contra. Isto não cria um conflito de idéias entre o senhor e ela capaz de criar problemas no futuro?

Odair - A governadora tem uma posição democrática e também respeita a questão plebiscitária. Ela só gostaria que o plebiscito não ocorresse agora. Não há nenhum conflito ou contradição entre eu e a governadora. Há, sim, um respeito mútuo. Se o plebiscito vier agora, nós sabemos que teremos de nos manter como juízes e não como pessoas interessadas em defender esta ou aquela posição. O Pará todo terá de ser ouvido e eu não tenho nenhum problema com relação a isso.

Carlos - Há espíritos armados de paixão na discussão pró e contra a divisão do território paraense...

Odair - Nenhuma pessoa sensata deseja um estado de beligerância nessa discussão. Nós não estamos mais na Cabanagem. Vivemos uma época de debate de idéias e de fazer fluir procedimentos de políticas públicas que possam atingir as demandas sociais deste povo, principalmente da Amazônia. E, com muita ênfase, a soberania nacional em relação à Amazônia.

Fonte: O Liberal

Deputado Federal Giovanni Queiroz defende ida do vice-governador ao Amazonas

O Deputado Federal Giovanni Queiroz acabou de autorizar o pedido de publicação dos seguintes posicionamentos do Comitê Pró-criação do Estado do Carajás, em razão dos acontecimentos havidos na Audiência Pública realizada na Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, motivo do post acima publicado:

1- O descolacamento do Vice-Governador Odair Corrêa e do Secretário Municipal de Turismo de Santarém, Evandro Éleres, é absolutamente dentro da Lei.Ambos representaram o Estado e o município, respectivamente, num compromisso Oficial, atendendo convite do Poder Legislativo do Estado do Amazonas.O Deputado Giovanni ressalta que: "Os projetos de criação do Estado do Carajás e do Tapajós, são projetos de interesse nacional, cuja tramitação obedece o prevista na Constituição Federal, portanto, obedecendo os ritos democráticos brasileiros.Se a Assembléia Legislativa de qualquer Estado brasileiro vier a formular convite de igual natureza, o de formalizar a entrega de um documento dos paraenses que residem em qualquer outro Estado da Nação, apoiando o projeto de criação desses dois novos Estados. Pergunto: O que que é que tem de errado nisso?

2- O povo paraense que migrou para Manaus foi em busca do que não encontrou em sua terra natal. Não necessariamente dessa forma, pois, acredito que muitos para lá foram em busca de uma oportunidade melhor para suas vidas, em se tratando de profissionais, muitos em cargo executivo e de reconhecida competência que, no vizinho Estado do Amazonas, ajudam com o seu trabalho e espertise a construir o maior ente federado do país em área territorial. Não podemos desmerecer de maneira alguma esses paraesnses e brasileiros.

3- O patrulhamento em torno da questão é fruto do desconhecimento da maioria do conjunto da sociedade brasileira em relação a real motivação que organiza mais de 2,5 milhões de pessoas a procurar uma alternativa factível em busca de uma mudança para seus destinos e de seus familiares.Gostaria de encerrar, parabenizando o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, o vice-governador do Pará, a Prefeita de Santarém e o meu colega Deputado Federal Lira Maia, e, da mesma forma, o Secretário de Turismo de Santarem.

Deputado Federal Giovanni Queiroz

Prefeita de Santarém vai a Brasília pedir apoio ao Plebiscito

Em Brasília, prefeita pede apoio ao plebiscito
A prefeita Maria do Carmo se encontra desde ontem, 18, em Brasília, onde, juntamente com o secretário municipal Inácio Corrêa (Governo) e o deputado estadual Carlos Martins (PT), somam forças à comitiva do movimento pela criação do estado do Tapájós.Eles foram recebidos ainda ontem em audiência pelos deputados Arlindo Chinaglia, presidente da Câmara dos Deputados, e José Múcio, líder do governo na Câmara, entre outras lideranças.A comitiva, capitaneada pelo professor Edivaldo Bernardo, coordenador do Comitê Pró-criação do Novo Estado, entregou Chinaglia um abaixo-assinado com cerca de 500 mil assinaturas em apoio à realização plebiscito para criação do novo estado,"Queremos que pelo menos a população do Pará possa ter a oportunidade de dizer o que realmente quer e, por isso, não podíamos deixar de comparecer em um momento tão importante como este", declarou a prefeita santarena."Estamos ganhando adesão de outros parlamentares ao movimento e as perspectivas são muito boas para que o projeto possa entrar em pauta. O apoio do governo federal a esta causa é fundamental e estou me empenhando pessoalmente pra que isso aconteça", completou.

Separatismo no Pará, o desconhecimento e o preconceito

Manuel Dutra *

A rigor, não existe um debate sobre as demandas das regiões Oeste e Sul do Pará por autonomia política. Em Belém, isso não existe por desconhecimento das razões desses pleitos, um desconhecimento que engendra o preconceito. Em Santarém e Marabá, candidatas a capitais, o debate é débil em virtude da profunda dependência político-partidária das elites locais em relação aos grupos de poder político e econômico sediados na capital do Pará. Não havendo, lá, lideranças sociais não partidárias engajadas no embate separatista, o que deveria ser um debate salutar, lá e cá, torna-se conversa sazonal que se transfere para o âmbito de comissões do Congresso, em Brasília. Quanto à inclusão do Marajó e do Xingu na presente temporada separatista, isso se deve mais à ação de grupos cuja história não recomenda esses dois pleitos. Consistência, rigorosamente falando, somente existe quanto ao pleito do Oeste e, secundariamente, quanto ao do Sul do Pará. Mesmo assim, estes dois casos têm história e motivações contemporâneas profundamente distintas. No caso do pretendido Estado do Carajás, a demanda vem do início dos anos 1990, quando aquela região começou a ter novo sentido econômico, a partir do significado da Serra dos Carajás e do desenvolvimento da agricultura e pecuária. Empreendimentos que ensejaram a formação de uma ainda nascente elite regional, liderada fortemente por grupos não-paraenses, sem maiores ligações históricas e culturais com Belém, esta grande cabeça física, inchada pelas migrações, de uma unidade federativa cujas elites desconhecem profundamente o que se passa no interior do Pará. No Oeste do Estado existe consistência histórica para o pleito, que vem do momento em que Pedro II assinou, em 1850, o decreto de criação da Província do Rio Negro, mais tarde Província e Estado do Amazonas, depois que as elites daquela unidade intentaram, sem êxito, a separação por conta própria, em 1832. Após a perda territorial de sua imensa banda Oeste, as elites paraenses permaneceram inconformadas, e rusgas foram freqüentes entre as duas unidades. Surgiu, então, a idéia de se criar uma terceira província, que viria, naquele momento, servir de algodão entre cristais. Em 1869, segundo relata Ferreira Reis, foram intensos os debates no Parlamento Imperial sobre a necessidade de transformar o Baixo Amazonas paraense (hoje chamado de Oeste do Pará) em uma província autônoma. Em 1832, o Grão-Pará tinha três Comarcas: Belém, Santarém e Manaus. Santarém adquiria, assim, status jurídico e administrativo semelhante ao das outras duas cidades, alimentando o sonho da autonomia que jamais veio a se realizar. Isso porque as elites baseadas em Santarém foram tão débeis que jamais conseguiram, nesse século e meio, dar conseqüência à sua aspiração. Desse percurso se percebe que há razões históricas e contemporâneas para o pleito separatista, sendo as de hoje o fato concreto dos poucos investimentos estaduais no Oeste, onde nos últimos 30 anos os mais vultosos investimentos em infra-estrutura foram obra do governo federal: rodovias, portos, aeroportos, o hospital do pronto-socorro de Santarém e mesmo obras urbanas se fizeram graças a dinheiro de Brasília. Não se pode esquecer que o Oeste paraense padece de uma forte e contínua evasão populacional. Banidos pela desilusão de algum dia poder encontrar o que fazer de produtivo para reconstruírem as suas vidas, centenas de milhares de paraenses (calcula-se em cerca de 500 mil) já emigraram para Manaus, onde hoje se verifica uma caricatura do racismo que inferniza os migrantes de tantas partes do Brasil e do mundo. Nesse processo, o inverso também ocorre, com a entrada maciça na região paraense, sobretudo em Santarém, de todo tipo de gente de todos os cantos do Brasil Sejam quais forem as reais motivações, o perigo está em que o Estado do Tapajós pode surgir do escuro, em meio à ausência de debates produtivos e com o desconhecimento proposital das elites de Belém. Aliás, vejo benéfica para Belém, como cidade, a criação do Tapajós e Carajás. A capital paraense é hoje um aglomerado metropolitano de problemas estruturais, cuja solução não se vislumbra. Imagino que, se houvesse debate a respeito dos problemas paraenses, a questão da criação dos dois Estados seria vista como potencialmente benéfica para a solução dos problemas da atual capital, com a descentralização das migrações em direção a Santarém e Marabá. O que os grupos de poder fariam por lá, só Deus sabe... Aliás, todos nós podemos antever um Estado do Tapajós e um Estado de Carajás geridos pela irresponsabilidade das elites locais, especialmente quando aquelas duas regiões paraenses se beneficiam e ao mesmo tempo sofrem com a chegada de duas categorias que muitas vezes se confundem: a dos empreendedores e a dos aventureiros, muitos deles se autoproclamando “empresários”. Além da massa de deserdados que vêm fugindo de situações ainda mais precárias. Imagino o que poderão fazer, como eventuais deputados estaduais ou federais um “filho de sojeiro” do Oeste ou um rebento de “pecuarista” do Sul do Pará, daqueles que infernizam as ruas de Santarém e Marabá com seus carrões equipados com máquinas de som treme-terra, desfilando em suas Hilux, demonstração de sua educação e do descompromisso com o bem-estar alheio. Fariam, de fato, muito diferente de deputados reinantes em Assembléias de Estados já trezentões ou quatrocentões e mesmo no Congresso em Brasília? É o risco, grave risco a correr. De resto, irresponsabilidade social e política mais aguda do que a que hoje existe pelo Pará e no Brasil inteiros não seria (e não é) novidade nos pretendentes novéis Estados. * Jornalista
A rigor, não existe um debate sobre as demandas das regiões Oeste e Sul do Pará por autonomia política. Em Belém, isso não existe por desconhecimento das razões desses pleitos, um desconhecimento que engendra o preconceito. Em Santarém e Marabá, candidatas a capitais, o debate é débil em virtude da profunda dependência político-partidária das elites locais em relação aos grupos de poder político e econômico sediados na capital do Pará. Não havendo, lá, lideranças sociais não partidárias engajadas no embate separatista, o que deveria ser um debate salutar, lá e cá, torna-se conversa sazonal que se transfere para o âmbito de comissões do Congresso, em Brasília. Quanto à inclusão do Marajó e do Xingu na presente temporada separatista, isso se deve mais à ação de grupos cuja história não recomenda esses dois pleitos. Consistência, rigorosamente falando, somente existe quanto ao pleito do Oeste e, secundariamente, quanto ao do Sul do Pará. Mesmo assim, estes dois casos têm história e motivações contemporâneas profundamente distintas. No caso do pretendido Estado do Carajás, a demanda vem do início dos anos 1990, quando aquela região começou a ter novo sentido econômico, a partir do significado da Serra dos Carajás e do desenvolvimento da agricultura e pecuária. Empreendimentos que ensejaram a formação de uma ainda nascente elite regional, liderada fortemente por grupos não-paraenses, sem maiores ligações históricas e culturais com Belém, esta grande cabeça física, inchada pelas migrações, de uma unidade federativa cujas elites desconhecem profundamente o que se passa no interior do Pará. No Oeste do Estado existe consistência histórica para o pleito, que vem do momento em que Pedro II assinou, em 1850, o decreto de criação da Província do Rio Negro, mais tarde Província e Estado do Amazonas, depois que as elites daquela unidade intentaram, sem êxito, a separação por conta própria, em 1832. Após a perda territorial de sua imensa banda Oeste, as elites paraenses permaneceram inconformadas, e rusgas foram freqüentes entre as duas unidades. Surgiu, então, a idéia de se criar uma terceira província, que viria, naquele momento, servir de algodão entre cristais. Em 1869, segundo relata Ferreira Reis, foram intensos os debates no Parlamento Imperial sobre a necessidade de transformar o Baixo Amazonas paraense (hoje chamado de Oeste do Pará) em uma província autônoma. Em 1832, o Grão-Pará tinha três Comarcas: Belém, Santarém e Manaus. Santarém adquiria, assim, status jurídico e administrativo semelhante ao das outras duas cidades, alimentando o sonho da autonomia que jamais veio a se realizar. Isso porque as elites baseadas em Santarém foram tão débeis que jamais conseguiram, nesse século e meio, dar conseqüência à sua aspiração. Desse percurso se percebe que há razões históricas e contemporâneas para o pleito separatista, sendo as de hoje o fato concreto dos poucos investimentos estaduais no Oeste, onde nos últimos 30 anos os mais vultosos investimentos em infra-estrutura foram obra do governo federal: rodovias, portos, aeroportos, o hospital do pronto-socorro de Santarém e mesmo obras urbanas se fizeram graças a dinheiro de Brasília. Não se pode esquecer que o Oeste paraense padece de uma forte e contínua evasão populacional. Banidos pela desilusão de algum dia poder encontrar o que fazer de produtivo para reconstruírem as suas vidas, centenas de milhares de paraenses (calcula-se em cerca de 500 mil) já emigraram para Manaus, onde hoje se verifica uma caricatura do racismo que inferniza os migrantes de tantas partes do Brasil e do mundo. Nesse processo, o inverso também ocorre, com a entrada maciça na região paraense, sobretudo em Santarém, de todo tipo de gente de todos os cantos do Brasil Sejam quais forem as reais motivações, o perigo está em que o Estado do Tapajós pode surgir do escuro, em meio à ausência de debates produtivos e com o desconhecimento proposital das elites de Belém. Aliás, vejo benéfica para Belém, como cidade, a criação do Tapajós e Carajás. A capital paraense é hoje um aglomerado metropolitano de problemas estruturais, cuja solução não se vislumbra. Imagino que, se houvesse debate a respeito dos problemas paraenses, a questão da criação dos dois Estados seria vista como potencialmente benéfica para a solução dos problemas da atual capital, com a descentralização das migrações em direção a Santarém e Marabá. O que os grupos de poder fariam por lá, só Deus sabe... Aliás, todos nós podemos antever um Estado do Tapajós e um Estado de Carajás geridos pela irresponsabilidade das elites locais, especialmente quando aquelas duas regiões paraenses se beneficiam e ao mesmo tempo sofrem com a chegada de duas categorias que muitas vezes se confundem: a dos empreendedores e a dos aventureiros, muitos deles se autoproclamando “empresários”. Além da massa de deserdados que vêm fugindo de situações ainda mais precárias. Imagino o que poderão fazer, como eventuais deputados estaduais ou federais um “filho de sojeiro” do Oeste ou um rebento de “pecuarista” do Sul do Pará, daqueles que infernizam as ruas de Santarém e Marabá com seus carrões equipados com máquinas de som treme-terra, desfilando em suas Hilux, demonstração de sua educação e do descompromisso com o bem-estar alheio. Fariam, de fato, muito diferente de deputados reinantes em Assembléias de Estados já trezentões ou quatrocentões e mesmo no Congresso em Brasília? É o risco, grave risco a correr. De resto, irresponsabilidade social e política mais aguda do que a que hoje existe pelo Pará e no Brasil inteiros não seria (e não é) novidade nos pretendentes novéis Estados.

* Jornalista "

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O plebiscito e o perigo de um Pará já dividido. O Zé-Povo paga a conta, como sempre

Manuel Dutra *

Há algum tempo escrevi que a vitória de um “não” no esperado plebiscito pela revisão territorial do Pará será pior do que a não realização da consulta popular. A questão de fundo é: como ficará a relação de Marabá e Santarém, vitrines das duas regiões que pleiteiam a autonomia, com a capital Belém, depois de um possível revés no plebiscito? E não me refiro propriamente aos políticos e aos empresários, pois estes sempre encontram maneiras de se ajustar às situações esperadas e inesperadas em suas alianças com os grupos predominantes em Belém. Penso nos demais setores sociais do Sul e do Oeste paraenses, pois a luta pela emancipação, pela primeira vez, está indo muito além da arena partidária para afetar majoritariamente a população. O que preocupa é a maneira irresponsável como a questão vem sendo tratada. Do lado dos contrários, o discurso é o da desqualificação debochada de uma demanda que envolve uns tantos milhões de paraenses majoritariamente desejosos de ver, pela autonomia político-administrativa, um futuro diferente do presente. Do lado dos militantes favoráveis percebe-se que não têm a exata noção da magnitude da questão. Entre os erros crassos cometidos está a inclusão do Xingu na área a ser desmembrada, supostamente não muito do agrado das lideranças e de setores populares do principal município daquela região, Altamira. Os dois lados estão brincando com fogo. A verdade é que o Pará já está dividido, historicamente dividido, sentimentalmente dividido. Basta lermos a introdução do Primeiro Plano Qüinqüenal da SPVEA, mais tarde Sudam, para constatarmos, nas palavras de seu primeiro superintendente, o historiador amazonense Arthur Cezar Ferreira Reis, a cruel realidade que permanece, ou seja, nos idos de 1950 a cidade de Belém se caracterizava por abrigar uma elite bacharelesca e predadora das populações interioranas que, historicamente exploradas e sem contar com a presença do Estado, sustentavam os ares de “modernidade” da capital. Isto está num documento oficial, do governo federal. Se a realidade presente mudou um pouco, seria desonesto não constatar hoje a brutal diferença entre Belém e as principais cidades do interior, um estado cabeçudo com um corpo franzino. Se os representantes do poder político e as lideranças empresariais, culturais e demais proeminências encasteladas em Belém se dessem ao trabalho de menos ir a Miami ou Paris e fossem ao interior que dizem tanto desejar unido à capital, perceberiam a realidade que sustenta o pleito por autonomia. Há gente falando de plebiscito, de ambos os lados, sem ter a noção do que isso tudo representa. Se a consulta popular resultar num “não”, haverá festas? Se houver, pior ainda. O presente sentimento de aversão crescente contra a campanha pelo “não” poderá, Deus nos livre, transformar-se em rancor. E o Pará estará dividido pelo ódio, embora “unido” institucionalmente. Seria como forçar a convivência de um casal que deseja ardentemente separar-se. Há, portanto, subjazendo a isso tudo, algo muito grave que não pode ser encarado com ignorância, irresponsabilidade e molecagem mesmo, a partir de certa imprensa paraense. Cada piada ou gozação que sai no jornal O Liberal e outras mídias de Belém são intensamente repercutidas no Oeste e no Sul do Pará, potencializando o ressentimento. Que futuro estamos construindo dessa forma? Com as campanhas contra e a favor despidas de racionalidade e de bom senso, o que fica é o emocional, a imaturidade de não tratarmos com alguma seriedade dos problemas do Pará e da Amazônia, como bem identificou o empresário e político Oziel Carneiro há alguns anos. E cito Carneiro por ser ele francamente contrário à revisão territorial. Porém, talvez, uma das poucas vozes que, há algum tempo, chamou a atenção para essa irracionalidade e para a ausência de debates sérios sobre os problemas do Pará como um todo, incluindo aí também as demandas autonomistas. Não acredito que essa racionalidade aparecerá. Por isso sou pessimista tanto com a perspectiva de um “não”, pelas razões já apontadas, como com a possibilidade de um “sim”. Isto porque as velhas aves de rapina, daqui e de alhures, já preparam as asas para abocanhar o quinhão que sempre foi negado ao povo trabalhador. E essa nefasta herança histórica sobreviverá talvez com mais força e astúcia após uma eventual autonomia do Oeste e do Sul. Neste sentido, hipotéticos Estados do Pará “remanescente”, Tapajós e Carajás em nada de substancial se diferenciarão: o Zé-Povo continuará arcando com o peso de sustentar as mesmíssimas elites que historicamente usufruíram de seu trabalho. E, se vivo fosse, o sábio e conservador historiador da Amazônia poderia escrever, amanhã, sobre Santarém e Marabá, o mesmo que escreveu de Belém há meio século.

* Jornalista