sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Tapajós: os frutos da cidadania


Ednaldo Rodrigues

Jornalista santareno, secretário-executivo do Movimento pelo Plebiscito do Novo Estado [Tapajós].


O Movimento pelo Plebiscito do Novo Estado encerra o ano de 2007 com resultados positivos, com reflexos a todos os municípios que comporão a nova unidade federativa, na região Oeste do estado do Pará. Apesar das dificuldades de ordem financeira, das limitações de recursos humanos especializados e dos entraves provocados pelas forças contrárias ao projeto, representados pelo poder econômico e político concentrados na capital, nos últimos dois anos, sem desmerecer a luta antecedente, o Movimento conquistou benefícios imensuráveis em favor da população da região.

Em 2006 deflagrou uma campanha de conscientização e de valorização do voto regional, em plena campanha eleitoral, reforçando a necessidade do fortalecimento da representação política na Assembléia Legislativa do Pará e na Câmara Federal. A campanha feita com base no compromisso dos eleitos com a região, mas sem bairrismo ou partidarização, respeitando a vontade dos eleitores, mas deixando claro que a falta de representação em Brasília e em Belém renderam, nas duas últimas décadas, sérios prejuízos à nossa gente. Como resposta a esse apelo do Movimento e da Associação empresarial, à população do oeste do Pará elegeu dez deputados estaduais, um deputado federal e o vice-governador, que por 18 anos liderou a antiga Frente Popular do Estado do Tapajós.

Em 2007, o Movimento trabalhou de forma planejada e sistemática, profissionalizando alguns setores e conseguiu apoios importantes da sociedade, tais como: Prefeitura e Câmara Municipal de Santarém, Secretarias de Agricultura e Abastecimento, Turismo e Integração Regional, Trabalho e Assistência Social, de Associações Empresariais e da população. Em 2007, a população também atendeu ao chamado do Movimento, com o maior intercâmbio realizado entre os municípios do Oeste do Pará, para participar do maior abaixo-assinado já realizado no Pará. Com o desdobramento da campanha de coleta das 500 mil assinaturas, resultou a maior mobilização da história da luta do Novo Estado, em Brasília com a participação direta de prefeitos, presidentes de câmaras, presidentes de associações empresariais, representantes de segmentos sociais e ambientais, totalizando 57 autoridades, que pediram urgência na votação e aprovação do projeto 0731/2000, que autoriza a consulta plebiscitária, visando a criação do Estado do Tapajós.

Todas essas ações desencadearam uma grande rede de articulações em prol do Novo Estado, o maior projeto de desenvolvimento social, econômico, político e ambiental da região norte do Brasil. Essas ações forçaram o governo do Pará, a repensar sua atuação em todos os municípios oeste paraense. Com esse novo olhar a região tem recebido do Governo Estadual e do Governo Federal benefícios que podem minimizar o sofrimento de uma população historicamente abandonada e esquecida, embora não seja suficiente para baixarmos a bandeira de nossa luta que é a criação do Estado do Tapajós.

O Movimento apesar de ter lutado diuturnamente em prol do seu êxito maior que e a aprovação do plebiscito e, não ter conseguido o intento, pode se considerar uma das entidades mais atuantes e necessárias à população da região, por ter contribuído com grande parte dos benefícios que os municípios têm recebido e podem receber daqui para frente. O Movimento tem feito em prol da população oeste paraense o que muitas lideranças políticas não conseguem fazer, ou seja, uma oposição firme, perseverante, comprometida e responsável cobrando os investimentos e melhor qualidade de vida que é um Direito Constitucional dos cidadãos.


O Movimento tem cumprido com o seu papel cidadão, pleiteando as demandas não somente para Santarém, mas para toda a região de abrangência do Novo Estado. Quem ganha com isso é a população. O Movimento ainda oferece uma grande ajuda às prefeituras da região quando consegue fazer com que o governo do Pará sinta-se obrigado a investir nos municípios para abafar o anseio da emancipação. Tudo isso, são frutos de nossa cidadania.

Os prefeitos e representantes políticos do Oeste do Pará, portanto, precisam compreender que todas as ações que vão ser feitas na região decorrem da necessidade do Governo do Estado reverter à idéia da criação do Novo Estado. Em 2008, as Prefeituras, as Câmaras, os empresários e as entidades socialmente organizadas precisam fortalecer ainda mais a parceria com o Movimento visando à aprovação do projeto e carreando mais investimentos à região, possibilitando um real crescimento sócio-econômico que beneficie as pessoas. Por outro lado, apesar dos investimentos injetados aos municípios da região, nossas lideranças políticas e a população não podem perder de vista o maior e mais importante projeto, ou seja, o plebiscito e, consequentemente, o Estado do Tapajós.

fonte: blog do jeso, em 28/12/2007



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