É sempre assim - Postado por Jeso Carneiro, em 10/09/2009
Nº 1 do PV no Pará, o camaleônico Zé Carlos já admite se engajar na luta pela criação de novos estados no Pará, pelo “viés da defesa de mais recursos para região”.
Faz a declaração cerca de 1 ano antes da eleição de 2010.
E repete um mantra que costuma abrir as portas em muitos redutos eleitorais no oeste paraense.
Comentários
Nelson Vinencci comentou:
Jeso, tenho uma idéia que pode ser algo meio maluco, mas penso que pode dar certo. O movimento organizado do Estado do Tapajós deveria já, começar uma campanha para escolher um ou diversos representante(s) para lançar assumidamente como “candidato(s)” do Estado do Tapajós.
Tratar esse apoio em um documento aberto bem elaborado e identificar esse candidato, como um candidato do movimento pró estado – de início devemos convidar todos os partidos a influenciarem seus candidatos a receberem, digamos assim, um selo do Estado do Tapajós.
Os que não aceitarem, o movimento deveria alertar o eleitorado com uma campanha esclarecendo ao nosso eleitor que o tal candidato é contrário ao movimento, acho que assim acabava a pirataria desses espertinhos que só levantam a bandeira quando chega próximo a eleição.
Claro que todos vão querer esse selo, legal, só que o candidato vai ter que fazer um discurso afirmando isso no programa eleitoral – só recebe o selo se mostrar a cara na TV de preferência em Belém.
Já imagino inclusive um clip com os candidatos TAPAJÔNICOS, saindo na TV no horário político. O que tu achas?
Nelson Vinencci
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Nelson, acho que toda ideia no sentido de inibir a ação dos, como definiste, “espertinhos” deve ser materializada. Contudo, os candidatos a qualquer cargo público – e favoráveis à idéia da redivisão territorial do Pará -, para ostentar tal selo também deveriam assinar um documento a ser reconhecido em cartório, como prova documental. Essa ideia do selo, Nelson, tem muito a ver com a estratégia defendida pelo jornalista Manuel Dutra sobre a criação do estado do Tapajós: quanto mais barulho, quanto mais ações espetaculares e pirotecnias no tocante à luta, melhor. Importante é manter a causa sempre na mídia, algo como faz o MST em relação à reforma agrária.
Jeso,
Concordo com sua nota em parte, entretanto, à guisa de recordação e para que não se cometa injustiça, o Zé Carlos Lima quando foi deputado estadual (pelo PT), tornou-se um dos ferrenhos defensores de nossa causa, inclusive presidindo uma Comissão Especial da ALEPA, que à época realizou audiência até em Santarém. Eu diria até que Zé Carlos foi mais militante da causa do que outros petistas da região que se omitiram em ocasiões históricas sobre a criação do estado.
Não tenho procuração para defender Zé Carlos Lima, nem tenho nem um tipo de contato com ele. Apenas registro esse episódio que deve ser lembrado por alguns políticos que estiveram ao lado dele quando enfrentou as elites de Belém, ao defender nosso direito de SEPARAR, eu disse SEPARAR (para acabar com a hipocrisia de quem tenta usar outra palavra) Santarém do resto do Pará.
Que o diga os então deputados santarenos Nivaldo Pereira, Antonio Rocha e Lira Maia que estiveram ao lado do petista empunhando esta bandeira entre 1995/1998 na ALEPA. Qualquer apoio de fora do nosso circuito deve ser bem-vindo, desde que não seja apenas oportunista.
Ninos, então ele mudou de ideia quando deixou o PT. Pois na própria nota dele, no blog, ele diz, textualmente: “… nunca concordei com o argumento de que a divisão resolverá os problemas do povo pobre e abandonado das regiões longínquas do Estado”. Ou seja, Zé Carlos é uma metamorfose ambulante no tocante à criação de novos estados no Pará
Caro Jeso
Alertado por um amigo sobre esta sua nota, venho aqui esclarecer primeiro que o Jota Ninos tem razão, alias quero agradecer pela suas palavras respeitosas, quando deputado, fui o autor do Requerimento para que o Estado discutisse seriamente a pretensão das regiões de se transformarem em novos estados. Debati o assunto e ouvi cada um dos argumentos que depois foram transformados num relatório entregue a Mesa Diretora da Assembléia Legislativa e enviado aos interessados. Na época tinha dúvidas, sim, sobre a validade da criação dos novos estados, como forma de resolver os graves problemas que enfrentamos, com por exemplo a falta de recursos para investimentos em obras de infra-estrutura e na inversão da nossa missão natural de Estado fornecedor de matéria prima semi-elaborada para o resto do país ou contribuidor para saldo da balança comercial brasileira, sem contudo receber recursos federal em retribuição.
Temia que apostar na divisão do Pará, sem um perspectiva, clara fosse onerar ainda mais o nosso povo sofrido com um custo adicional de mais duas máquinas públicas. Ou que isso fosse apenas o desejo oculto de alguns poucos líderes em ter a chance de disputar cargos públicos antes inatingíveis.
Hoje, refletindo sobre o tema, passei a considerá-lo sob a ótica de ser capaz de aumentar a representação parlamentar, sobretudo no Senado Federal, dos estados da Amazônia, permitindo, por este mecanismo, alcançarmos mais recursos federais ou outras legislações amigáveis com o nosso povo. Afinal de contas, com dois novos estados, teremos mais seis senadores e alguns deputados federais a mais. Hoje só a bancada de deputados federais de Minas Gerais é a maior que a soma de todos os representantes da Amazônia.
Finalmente quero deixar claro que não pretendo fazer disso uma bandeira eleitoral, pois, quem me conhece sabe que mudei de cor, passei de vermelho para verde por pura compromisso com minha consciência e não para enganar os incautos como o termo camaleônico parece sugerir.